Um coração mau anda e conduz outros por maus caminhos - guerras, violências, roubos, vícios, dependências... Um coração mau tem mãos que atacam, agridem, afastam, ameaçam, oprimem.
Vejamos então as mãos e os pés de Cristo!
Jesus percorreu o caminho para o Pai, fazendo o bem! As suas mãos abençoaram, acariciaram, perdoaram, multiplicaram o bem e a bondade sobre a Terra e estenderam-se, finalmente na cruz, abraçando-nos e salvando-nos por amor, como sinal indelével da aliança de Deus connosco.
Por isso, contemplar as mãos e os pés de Jesus é entrar na sua alma, é tocar a sua identidade e missão; ver e tocar-lhes as mãos ou os pés implica perceber que é hoje através de nós, seus discípulos, através das nossas mãos e dos nossos pés, que Jesus quer permanecer no nosso meio e atuar no nosso mundo! Na verdade: “Cristo não tem mãos; tem só as nossas mãos para fazer o Seu trabalho hoje. Cristo não tem lábios; só tem os nossos lábios para falar aos homens de hoje. Cristo não tem pés; tem só os nossos pés, para guiar os homens nos seus caminhos. Cristo não tem meios; tem só a nossa ajuda para conduzir os homens para Si!”
A iniciar uma Semana de Oração pelas Vocações
Estamos, hoje, a iniciar uma Semana de Oração pelas Vocações, para nos lembrar a todos, que Cristo, hoje, continua vivo e presente, no meio de nós, por meio de nós todos, e por meio de cada um dos seus batizados. Cada um de nós torna presente os seus passos, os seus gestos, as suas palavras, a sua oração, a sua entrega por amor. Jesus quer fazer de nós e de cada um testemunhas do seu amor, daquele amor, com que Ele faz e refaz todas as coisas!
Então, a todos e a cada um, Jesus chama por amor. A todos e a cada um Jesus chama com amor. A todos e a cada um Jesus chama ao amor! Cada vocação é, por isso mesmo, uma dádiva e um fruto daquele amor, com que Deus nos ama primeiro em Cristo. É porque Deus nos ama, que Jesus nos chama!
Nós temos esta certeza, diz o Papa Bento XVI: “cada um de nós é fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus: um amor imenso, fiel e eterno (cf. Jer 31, 3).Esta é a descoberta que muda a nossa vida. E faz da nossa vida, uma vida para Deus e para os outros. Este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis. No terreno de um coração dado e aberto ao amor de Deus, é que nascem e crescem todas as vocações”! E o Papa explica ainda melhor: «No terreno do nosso coração, Deus plantou primeiro a raiz do amor a Ele e depois, como ramagem, desenvolveu-se o amor ao próximo» (São Gregório Magno, Moralia in Job, VII, 24, 28: PL 75, 780D).
Esta “plantinha” da vocação precisa do abrigo e proteção de uma família cristã, que seja casa de comunhão, comunidade de vida e amor, e deste modo se torne o primeiro e o melhor seminário da vocação! Esta frágil plantinha da vocação precisa também de beber, de enraizar e de se fortalecer, nas fontes da oração, da Palavra e da fração do Pão (= Eucaristia). Só bebendo nestasfontes,nos é possível viver o amor aDeus e ao próximo! Só assim é possível viver a nossa vocação ao amor, no amor, por amor, para o amor! E «onde não há amor, cada um semeie amor e recolherá amor» (São João da Cruz (Epistolário, 26).
Fonte: aqui (adaptado)
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