O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou hoje em Fátima que a quebra do número de católicos revelada pelo inquérito da Universidade Católica sobre identidades religiosas em Portugal corresponde a uma “percentagem insignificante”.
“Para nós isso não é um aspeto preocupante”, disse D. José Policarpo, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), na conferência de imprensa conclusiva da assembleia plenária deste organismo, que decorreu desde segunda-feira.
Segundo o inquérito elaborado pela Universidade Católica Portuguesa (UCP), entre 1999 e 2011 a percentagem de católicos na população portuguesa baixou de 86,9% para 79,5%, enquanto se verificou um aumento dos que se dizem não crentes ou sem religião - de 8,2% para 14,2%.
A sondagem, que reuniu cerca de 4000 respostas, foi realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião e o Centro de Estudos de Religiões e Culturas da UCP entre outubro e novembro de 2011, em Portugal continental.
D. José Policarpo sublinhou o facto de esta ser a “primeira vez” que a Igreja Católica promoveu um estudo do género e que o mesmo “merece uma abordagem pastoral muito séria”.
O presidente da CEP diz ter encontrado na sondagem “coisas muito simpáticas”, como “o número dos que se declaram praticantes” (mais de 56%, no caso dos católicos), considerado “superior” ao registado noutro tipo de análises.
Para o cardeal-patriarca, a Igreja deve “estar atenta” ao que significa o número de “crentes sem religião” (4,6% dos inquiridos), “um fenómeno novo”.
“Vamos estudar com outra equipa os desafios pastorais que este estudo nos põe”, adiantou.
A apresentação dos resultados do ‘Inquérito 2011 – Identidades religiosas em Portugal: representações, valores e práticas’ foi feita esta quarta-feira por Alfredo Teixeira, coordenador do Centro de Estudos de Religiões e Culturas da UCP.
As regiões da Madeira e dos Açores ficaram de fora “por motivos técnicos”, mas a CEP decidiu que as mesmas serão estudadas em seguida.
Além do inquérito, a assembleia da CEP analisou a iniciativa ‘Repensar juntos a Pastoral da Igreja em Portugal’ e, segundo o comunicado final do encontro, o Presidente da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização apresentou uma “proposta de sequência” deste “projeto de renovação da ação da Igreja”.
“A assembleia mostrou o seu desejo de que se deem passos para a concretização das linhas indicadas na reflexão feita até ao momento que envolveu numerosos grupos e alguns milhares de agentes pastorais, depois de analisar os resultados do inquérito acima indicado”, pode ler-se.
Agência ecclesia
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