No domingo passado, aos 85 anos, partiu para os braços do Pai D. Alzira dos Santos, esposa do sr. Zeca Castro que, nos seus 102 anos de vida, é o homem mais velho desta comunidade.
Diz a canção: "Ter um amigo é bom, vê-lo partir faz sofrer". D. Alzira, uma grande amiga. Desde a primeira hora da minha presença nesta comunidade, há 30 anos. Ainda recordo a sua palavra sentida e autêntica quando há 13 anos minha mãe faleceu: "A partir de agora, serei também sua mãe". Todos, antes da pandemia, no Dia da Mãe, ia entregar-lhe uma flor.
De uma fé simples, mas enraizada, cristalina e assumida, D. Alzira era uma presença assídua nas celebrações que ocorriam na Igreja Paroquial onde ela era zeladora do altar de Nossa Senhora do Rosário.
Quando a doença a reteve em casa, alguns anos a esta parte, esperava com ansiosa alegria que semanalmente lhe levassem a Sagrada Comunhão. Cristo era sua força e seu companheiro. Como entendia bem e melhor vivia a palavra de Jesus: "Eu sou o Pão vivo descido do Céu. Quem comer deste Pão viverão eternamente."
Quando surgiu a pandemia e deixou de ser possível levar Nosso Senhor aos doentes, ela nunca aceitou o facto e queixava-se com amargura.
Na altura das obras de restauro e conservação realizadas na Igreja Matriz, manifestou tanta vez a tristeza de não poder ir ver a "nossa Igreja" que amava profundamente.
Pessoa de trabalho - até para além das suas forças -, mantinha com o marido a sua pequena quinta num brinquinho. Aquele pequeno espaço fazia lembrar o paraíso blíblico. Ali gostava de receber os amigos com quem partilhava o que havia.
Muitos familiares encontram em sua casa acolhimento e dedicação sem resgatear esforços para que se sentissem bem.
Uma pessoa de oração, não só pela sua família, mas também pela paróquia e por todas as intenções que ela achava. Muitas vezes me disse: "Rezo todos os dias por si."
Era uma bela cozinheira. Então o bazulaque e a marrã cozinhados por ela, tornavam-se um "manjar dos deuses".
Porque é o único filho que ficou por cá, já que os outros partiram para governar a vida, o Eng. José Américo, tem sido de uma delicadeza, presença, dedicação e empenho notáveis. Os outros também fizeram o que puderam, mas este era o que estava por cá...
Até sempre, grande amiga!
Descansa na alegria dos braços do Pai.
Sei que continuas a amar-nos com o mesmo amor com que nos amaste em vida!
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