Dá para umas boas horas de leitura. Mas é a melhor maneira de encontrar uma chave hermenêutica para compreender a rigidez, a obsessão pelas tradições antigas, pelo zelo ritual, pelo pecado alheio, pelo esplendor das vestes.
É tal a coincidência entre as posições, o estilo, as matérias de discussão, em liturgia e moral, o tipo de linguagem e até a hipocrisia de um certo ódio de estimação dissimulado em nome da obediência a Nosso Senhor, que nem é preciso gastar muito latim com estéreis discussões...
O problema não é mesmo o do hardware... da forma, da roupagem, da língua, do modo de fazer. É mesmo o problema do software mental, da visão, da perspetiva...
Mais valia ir procurar ao dicionário do evangelho o que significa "eu quero a misericórdia e não o sacrifício".
E estaríamos a discutir como responder com caridade criativa à pandemia da pobreza, em vez de levantar um clamor por coisas que deviam há muito estar no museu ou relegadas para o armazém dos acessórios teológicos.
Vale a pena concluir a leitura com a parábola do bom samaritano. E iremos ouvir Nosso Senhor dizer, de novo: "Ai de vós". E eu quase suspiro com um «ai de nós».
Amaro Gonçalo, Facebook
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.