
Como de costume, na tarde do último sábado fui celebrar Missa ao Lar da Santa Casa da Misericórdia de Tarouca.
Também como é costume, encontrei as duas ministras extraordinárias da Comunhão a preparar a celebração com a assembleia.
Conheço o processo. Estas duas senhoras preocupam-se em conhecer as leituras da Missa. Depois escolhem os cânticos de acordo com as referidas leituras. E, garanto, sempre com fina sensibilidade. Depois tiram fotocópias dos cânticos e distribuem pelas pessoas que, na assembleia, sabem ou podem ler. Tem então lugar o ensaio antes da Eucaristia. Não sem antes se preocuparem com os leitores, as velas, as alfaias sagradas... tudo. Nota-se a empatia entre as duas senhoras e a assembleia.
Muitas vezes ouvem-se referências à Missa apenas centradas no padre. Porque fala bem ou não diz nada; porque demora muito ou é breve de mais; porque sorri ou é carrancudo; porque fala da Palavra de Deus ou é moralista; porque canta bem ou não canta; porque fala ao coração ou é teórico; porque atrai ou afasta....
Esta gente vê a Missa como um espetáculo em que o padre é (ou não é) o artista. Nada mais errado. A Missa não é um espetáculo, é uma CELEBRAÇÃO. Uma assembleia celebrante, presidida pelo ministro ordenado, louva, bendiz e aclama o seu Senhor e seu Deus.
A beleza da celebração eucarística tem muito a ver com a participação dos membros da assembleia, onde todos são chamados a ser participantes e não espetadores.
Quando cada um dá o que pode para que a celebração decorra com beleza, encanto e participação, então a Missa torna-se a festa do povo de Deus.
Aquela assembleia tão simples, maioritariamente formada por velhinhos, muitos deles em cadeiras de rodas, é participativa, viva, bela. Graças ao trabalho dos leigos que a dinamizam e preparam a Eucaristia.
Pode ser assim em todas as igrejas e capelas por esse mundo fora. Basta que os leigos queiram exercer a sua vocação batismal.
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