sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

À sombra da "bananeira" da História

Anúncios e mais anúncios, via correio tradicional ou electrónico. Tudo o que é revista, livro, forma de difusão de ideias conservadoras ou fundamentalistas aparece. Mas material referente a arejamento, novas ideias... tem que ser procurado e raramente se encontra. Parece que o que está a dar é o conservadorismo e, pior ainda, o fundamentalismo. Refiro-me, concretamente, à Igreja.
Ora, até na política, estamos todos a sentir os efeitos devastadores do conservadorismo que está a pôr a Europa à beira de abismos...
Preocupa-me o facto de na Igreja actual estar a ser dada toda a corda ao conservadorismo, escancarando até as portas ao fundamentalismo. Veja-se o que se passa com os Lefebvrianos.
Mas quem avança, quem abre caminho, quem pensa diferente não tem o mesmo apoio e o mesmo incentivo. Pelo contrário.  De facto, nos tempos que correm, a criatividade a nível teológico ... Não se nota. Parece que vivemos em pensamento único.
O Papa fala e depois os bispos e os pensadores (?) repetem até à exaustão o pensamento papal ( e muitos são mais papistas do que o Papa).
"O Espírito Sopra onde quer". Mas será que na Igreja  se quer deixar soprar o Espírito onde Ele quer? Não poderemos estar a aprisioná-l'O?

Somos o povo de Deus em comunhão. Somos um povo que caminha. Ora na caminhada, há gente que vai à frente, gente que caminha muito devagar e tende a ficar para trás, gente que caminha "normalmente". Convém que ninguém caminhe tão depressa que perca o contacto com a comunidade. Mas convém igualmente que todos tenham consciência que só caminhando se faz caminho. Ficar para trás, à sombra da "bananeira" da História, é negar a essência do povo. Ele é caminhante por natureza.
Porquê tanta preocupação - às vezes até doentia - com aqueles que têm dificuldade em caminhar e tanta demonização para com aqueles que abrem caminho, indo à frente?
A mesma caridade para com quem se atrasa deve reinar para com quem se adianta, de tal modo que seja preservada a unidade do povo que caminha. Natural, espontânea, alegre e confiante.

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