segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Não vivemos para morrer, mas morremos para viver!

Dois de Novembro.Dia de Fiéis Defuntos.

  É dia de mais íntima comunhão com aqueles que «não perdemos, porque simplesmente os mandámos à frente» (S. Cipriano). É dia de esperança, porque sabemos que os nossos irmãos ressurgirão em Cristo para uma vida nova. É, sobretudo, dia de oração, que se revestirá da maior eficácia, se a unirmos ao Sacrifício de reconciliação, a Missa.

A morte é o barco que se afasta do porto, deixando partido o coração de quem o vê desaparecendo. Mas do outro lado do mar há um outro porto onde o barco é esperado em festa.
 
A morte é a curva na estrada, mas a estrada continua.
 
E o que poderemos esperar da ressurreição? A ressurreição não significa o voltar à vida de agora, pois isso seria simplesmente, regressar a uma dimensão novamente sujeita à morte. Também não se pode confundir ressurreição com reencarnação, pois acabaria por significar o mesmo, no interminável ciclo das vidas mortais – que, além do mais, anulariam por completo a possibilidade de sermos únicos, originais e irrepetíveis! Diferentemente de tudo isto, a ressurreição é a transfiguração de nós mesmos, numa outra dimensão da vida, em que seremos nós mesmos, mas seremos totalmente outros, por pura dádiva de Deus, como acontece à semente que, lançada à terra, produz o seu fruto! O «céu» que esperamos não é senão essa dimensão de Deus, em que a força do seu amor será tudo em nós e nada mais! Na dimensão eterna da vida de Deus, seremos dados à vida – uma vida diferente daquela que conhecemos agora – para darmos a vida, tal como a demos, no nosso caminho terreno. Se aceitarmos viver eternamente para os outros, teremos então vida eterna, numa doação sem limites nem fim! “Nós sabemos que passamos da morte à vida, porque amamos os nossos irmãos!” (I Jo,3,14).
 
À dor da ausência, sobrepõe-se necessariamente a força da esperança, sem a qual a vida seria um absurdo, e sem sentido todos os nossos desejos e aspirações de uma vida maior. É esta esperança que nos dará coragem para permanecer no caminho, para não abdicarmos diante da adversidade, e acreditarmos no ser humano, apesar de tudo e apesar da morte! A nossa esperança tem nome de ressurreição e garantia de pessoa. Chama-se Jesus!

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