quinta-feira, 8 de novembro de 2007

É mais fácil construir um menino do que consertar um homem.

"É mais fácil construir um menino do que consertar um homem." - assim o disse Charles Chick Govin.

Toda a gente sabe que a adolescência é uma fase difícil para todos os educadores. Mas também é difícil para o próprio adolescente, que tantas vezes não se sente compreendido nem auto-compreendido.

Mas isso tira alguma coisa à obrigação de educar??? Pelo contrário, aumenta-a.
Que adolescência hoje?
- Desconcentrada e desmotivada;
- Irreverente e atrevida;
- Sem as noções básicas de respeito;
- Que iguala tudo por baixo, sem diferenciar mais velhos e superiores;
- Adversária incondicional do esforço;
- Estudante? Não. Passeadora de livros;
- Mimada, egoísta e orgulhosa;
- Cultivadora indomável de dependências: telemóvel, jogos, chiclets, marcas de roupa, certos estilos de música ...;
- Acrítica e superficial;
- Pavoneadora da sua própria ignorância e má-criação;
- Imensamente dada a superficialismos e infimamente dada à reflexão e aos valores;
- Alérgica ao silêncio, à leitura e à meditação;
- Mal alimentada. Apesar de toda a informação que lhe chega, teima em alimentar-se mal e desprestigia toda a alimentação correcta;

Todos assim?
Não. Felizmente ainda há muitos adolescentes que são maravilhosos. Onde é fácil distinguir alguma rebeldia própria da idade dos aspectos acima mencionados.

Culpa deles? Penso que não, esmagadoramente. Então de quem é?
Sem, de modo algum quer ser exaustivo e abrangente, deixo algumas pistas que me têm particularmente chamado a atenção.

- Da família, em 1º lugar. Penso e sinto que na educação muitos pais de hoje falham como cestos rotos. Não dão o verdadeiro exemplo da vivência dos valores, deixam correr, dão coisas mas não dão tempo nem atenção, não são persistentes, ficam-se pelo "papá e pela mamã", mas não são pais e pais verdadeiros. Não assumem toda a autoridade paterna e mimam - no mau sentido- exageradamente os seus filhos, tornando-os uns "vidrinhos" e elevando-os a reizinhos lá de casa.

- Dos governantes. Com medo de perder os votinhos, tentam aumentar a todo o custo a simpatia dos mais novos. Já ouviram algum político dizer aos adolescentes que, sem trabalho e esforço, nada conseguem? Que estudar não é exploração da mão de obra infantil?
Na perspectiva dos governantes, a culpa do insucesso é sempre de todos, a começar pelos professores, mas nunca do aluno. Querem maior desfaçatez?

- Da sociedade e respectivas estruturas sociais. Uma sociedade consumista e materialista cria necessidades artificiais, seduz para o supérfluo, cria ilusões de facilitismo, semeia dependências, elege a superficialidade como ídolo...

2 comentários:

  1. Concordo plenamente consigo.Depois de uma adolescência de excessos e onde só conta a aparência, vemos jovens adultos sem um rumo na vida, como medo de abandonar a asa protectora dos pais,simplemente porque nunca tiveram que lutar por nada na vida. Acho que cada um de nós é responsável, através do exemplo, por uma mudança de mentalidades e por fazer compreender aos nossos adolescentes que a vida não se resume a futilidades e a aparências.

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  2. Obrigado pela participação e pela reflexão.

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