A quase glória do glorioso foi a pior maneira de perder e transformou Jorge Jesus num quase génio do futebol. Ao ficar-se pela promessa, Jesus faria bem em deixar o Benfica. Mas, entenda-se, com um muito obrigado dos benfiquistas. A sua saída justifica-se, apesar do excelente trabalho, por uma questão de orgulho e amor-próprio do treinador (e presume-se que os tem) e ainda porque quem fica perto de tanta coisa sem vencer perde a confiança de todos (a começar pelos jogadores), e isso transforma-o num obstáculo involuntário à dinâmica de sucesso que o clube necessita de transformar em títulos.
Dito isto, permita-se--me uma análise psicossociológica de trazer por casa. O Benfica é um espelho da soberba de Lisboa. A capital imagina--se importante por ser o centro do poder e dorme à sombra de uma glória imaginada. O Porto, cidade segunda e secundarizada, sabe que só é seu o que conquista e por isso bate-se por uma maior relevância. Esse estar das cidades é espelhado nos clubes e por isso vemos o Porto a lutar e a conquistar títulos enquanto o Benfica contempla o passado e sonha quimeras.
Francisco J. Gonçalves, Jornalista, aqui
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