Para responder a esta pergunta, não posso deixar de repescar esta conversa, publicada no http://www.profblog.org/2009/02/licoes-da-moldavia.html ProfBlog em 13 de Fevereiro de 2009:
Fui, esta tarde, à reprografia da escola e encontrei uma funcionária nova.
Perguntei: "É brasileira?"
Ela respondeu: "sou moldava".
"E onde é que aprendeu a falar tão bem o português?"
Ela: "Eu? Sozinha!"
"Tem filhos?"
"Dois. Estão na escola".
"Gosta da escola portuguesa?", perguntei.
"Muito diferente da Moldávia. Em Portugal não há respeito pelos professores e a escola ensina pouco. Nada exigente", respondeu.
"Por que razão os alunos do Leste têm tão bons resultados?", perguntei.
"Muito trabalho em casa. Duas horas por dia de estudo. É pena aqui os professores não passarem trabalhos para casa. Alunos portugueses não respeitam os professores. Os nossos respeitam. Damos valor à escola", acrescentou.
Há 5 variáveis que estão presentes nos alunos do Leste Europeu a residirem em Portugal e que estão ausentes dos lares de muitos famílias de alunos lusos: trabalho, esforço, responsabilidade, respeito e expectativas.
Podem forrar de mármore as paredes das escolas, cobrir as secretárias com computadores da última geração e colocar professores de apoio em todas as salas de aula. Se estas 5 variáveis não estiverem presentes, os alunos não aprendem.
O problema do mau desempenho dos alunos portugueses - um facto sempre confirmado pelos resultados do PISA - tem uma razão e apenas uma razão: falta de gosto pelo trabalho, desprezo pelo esforço, falta de responsabilidade e de respeito e expectativas baixas.
Enquanto estas variáveis não forem introduzidas nas mentes dos pais e dos alunos, não há metodologia, recursos materiais e professores capazes de resolver o problema.
O meu caso pessoal e o de muitos outros portugueses da minha geração confirma a tese. Perdi o meu pai aos 4 anos de idade. A minha mãe exercia uma profissão que a mantinha fora de casa 8 horas por dia, seis dias por semana. Aos 8 anos de idade, fui para um colégio interno. E fui sujeito a uma forte disciplina e a um calendário de estudo rígido: 3 horas de estudo diário, incluindo sábados e domingos. Foi o que me valeu. Foi aí que ganhei resiliência, coragem, gosto pelo trabalho, capacidade de sacrifício,responsabilidade, respeito e expectativas elevadas. Sem essas variáveis, teria sido um zé-ninguém, tal como vão ser os jovens a quem as políticas educativas socialistas privam da presença daquelas variáveis.
(enviado por email)
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