segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Porque será que o insucesso escolar entre os alunos dos países do Leste Europeu a residirem em Portugal é residual?

Para responder a esta pergunta, não posso deixar de repescar esta conversa,  publicada no http://www.profblog.org/2009/02/licoes-da-moldavia.html ProfBlog em 13 de Fevereiro de 2009:
Fui, esta tarde, à reprografia da escola e encontrei uma funcionária nova.
 Perguntei: "É brasileira?"
 Ela respondeu: "sou moldava".
 "E onde é que aprendeu a falar tão bem o português?"
 Ela: "Eu? Sozinha!"
 "Tem filhos?"
 "Dois. Estão na escola".
 "Gosta da escola portuguesa?", perguntei.
 "Muito diferente da Moldávia. Em Portugal não há respeito pelos professores  e a escola ensina pouco. Nada exigente", respondeu.
 "Por que razão os alunos do Leste têm tão bons resultados?", perguntei.
 "Muito trabalho em casa. Duas horas por dia de estudo. É pena aqui os  professores não passarem trabalhos para casa. Alunos portugueses não  respeitam os professores. Os nossos respeitam. Damos valor à escola", acrescentou.
 Há 5 variáveis que estão presentes nos alunos do Leste Europeu a residirem  em Portugal e que estão ausentes dos lares de muitos famílias de alunos  lusos: trabalho, esforço, responsabilidade, respeito e expectativas.
 Podem forrar de mármore as paredes das escolas, cobrir as secretárias com  computadores da última geração e colocar professores de apoio em todas as  salas de aula. Se estas 5 variáveis não estiverem presentes, os alunos não  aprendem.
 O problema do mau desempenho dos alunos portugueses - um facto sempre  confirmado pelos resultados do PISA - tem uma razão e apenas uma razão:  falta de gosto pelo trabalho, desprezo pelo esforço, falta de responsabilidade e de respeito e expectativas baixas.
 Enquanto estas variáveis não forem introduzidas nas mentes dos pais e dos  alunos, não há metodologia, recursos materiais e professores capazes de  resolver o problema.
 O meu caso pessoal e o de muitos outros portugueses da minha geração  confirma a tese. Perdi o meu pai aos 4 anos de idade. A minha mãe exercia  uma profissão que a mantinha fora de casa 8 horas por dia, seis dias por  semana. Aos 8 anos de idade, fui para um colégio interno. E fui sujeito a  uma forte disciplina e a um calendário de estudo rígido: 3 horas de estudo  diário, incluindo sábados e domingos. Foi o que me valeu. Foi aí que ganhei  resiliência, coragem, gosto pelo trabalho, capacidade de sacrifício,responsabilidade, respeito e expectativas elevadas. Sem essas variáveis,  teria sido um zé-ninguém, tal como vão ser os jovens a quem as políticas  educativas socialistas privam da presença daquelas variáveis.
(enviado por email)

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