Abundam nesta época as 'ceias de Natal'. Hoje Bombeiros e Santa Casa tiveram a sua. Gostaria de ter estado em ambas, não pela 'ceia', mas pelas pessoas. Mas o dom da ubiquidade eu não possuo. Passei pela Santa Casa onde era necessário que estivesse por causa da Eucaristia.
Gostei. Pela simplicidade, pela alegria, pelo convívio. A Eucaristia, animada pelo coral da Santa Casa, soou a Natal. Procurei que fosse uma Eucaristia encarnada na vida, nos seus dramas e nas suas esperanças.
Antes havia decorrido a tarde recreativa, animada e participada como sempre. Seguiu-se a "ceia", a que presidiu o senhor Bispo. Senti as pessoas alegres, satisfeitas e participativas. Parabéns às 4 funcionárias homenageadas pelos seus 10 anos de serviço à instituição.
Tanto o Provedor como o Bispo falaram da necessidade de ir ao encontro dos necessitados, à semelhança do samaritano do Evangelho que foi ao encontro do homem caída na valeta do caminho. Hoje é sobretudo o desafio da 'pobreza envergonhada' a exigir atenção e presença.
Um abraço a todos os Bombeiros por quem sinto uma grande amizade e admiração. Não estive com eles porque não pude, mas estive em espírito.
Nas várias conversas que tive com as pessoas, ressaltou a preocupação com os necessitados, até porque se avizinha um 2011 que, por aquilo que vamos ouvindo e lendo, será muito difícil. Gostei daquele projecto, amigo Presidente da Junta. Conte com a minha colaboração. Oxalá não seja preciso, ms se for, estamos cá.
Uma coisa me incomoda. E há quem goste de o fazer. Nunca se deve expor situações concretas de pobrezas. Já basta às pessoas o que sofrem. Nunca venhamos para a praça pública infernizar ainda mais o sofrimento de tanta gente. Ajudemos efecticamente, decididamente. Todos. Não expunhamos a miséria das pessoas. O Evangelho ensina-nos: "Não saiba a tua esquerda o que faz a tua direita."
Há vampiros. Gente sem escrúpulos que se atreve a ir buscar aquilo que se destina aos pobres. A Santa Casa tem víveres, mas são para atender quem necessita. Os oportunistas e chacais não sujem as mãos com aquilo de que os necessitados carecem.
Existem casos a reclamar que técnicos sociais desçam ao terreno. Precisamos muito mais de gente que suje as botas nas vidas enlameadas do sofrimento do que de gente sentada na cadeira aquecida dos gabinetes. Menos papéis, mas muito mais serviço.
O Estado está como todos sabemos. Endividado até às orelhas. Tem que ser a sociedade civil que, no uso da sua cidadania, se mobilize para socorrer quem precisa. Só os cristãos? Nem pensar. TODOS! Ser solidário é ser humano. Já o Pai Américo dos Gaiatos desafiava: "Cada comunidade cuide dos seus pobres."
Então será Natal.
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