Tenho dado comigo a pensar muitas vezes nesta situação. Eu sei que não é só de hoje, mas continuamos a sentir-lhe pesadamente os efeitos.
Tantos jovens e casais novos que partem!
A desertificação do interior continua imparável.
Aqui não há emprego e as pessoas são forçadas a partir da sua terra.
Os jovens cumprem a escolaridade obrigatória. Uns seguem para a universidade; outros fazem este ou aquele curso específico. E depois concluída a univerdade? Terminado o curso técnico? Têm de sair. Por aqui não têm emprego.
Lisboa e o litoral são o destino mais comum.
Temos ainda uma multidão de pessoas, muitos com baixas qualificações, que são forçados a emigrar, sendo a Suíça o país que, na actualidade, mais tarouquenses acolhe.
A riqueza que perdemos! Tanta e tanta gente válida que nos deixa! Que contributo humano, económico, sócio-cultural, político, associativo, eclesial, desportivo vamos perdendo...
Há anos, uma senhora dizia-me, com exagero, que lá na sua freguesia as pessoas mais válidas tinham saído. Só ficavam na terra os velhotes e aqueles que nem para emigrar tinham habilidade.
Não é o caso aqui. Temos cá gente muito válida. Mas que perdemos gente que muitíssimo tinha a dar à comunidade, isso perdemos.
Até quando esta hemorragia? Quando é que políticos e empresários começam a olhar para o interior como terra portuguesa? Quando é que os políticos abrem os dois olhos (interior e litoral) em vez de continuar fechada ou semi-cerrada a vista do interior? Estamos fartos de ver Portugal reduzido a uma faixa de 20 km junto ao mar...
As regalias vão para o litoral, mas os impostos pagam-nos todos...
Mas não deixa de ser significativo: os políticos originários do interior, quando chegam às cadeiras do poder, rapidamente esquecem as regiões de origem.
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