quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A Governanta

Foi um dos livros que li em férias. De fácil leitura, muito simples, mesmo leitura de férias!
Muito se falou sobre uma possível relação amorosa entre Salazar e a sua governanta. O livro em causa desfaz equívocos - até com provas médicas.
Salazar teve muitos defeitos - nunca fui salazarista nem pouco mais ou menos - mas há uma faceta que faria corar de vergonha os actuais governantes se eles a tivessem... O respeito total pelos dinheiros públicos, sem tirar qualquer proveito económico do posto que ocupou durante décadas. Viveu e morreu pobre.
Apenas um pormenor que o autor nos oferece. Durante a Grande Guerra houve racionamento em Portugal. Salazar cumpriu escrupulosamente as regras sem se valer do cargo. De tal forma que o café do então primeiro-ministro chegou a levar sal em vez de açúcar!

A Esfera dos Livros lançou em Maio A Governanta, obra de Joaquim Vieira dedicada a Dona Maria, a governanta de Salazar.

Sobre o livro: «Vendo chegar a viatura oficial com o porta-bagagem carregado de lenha, o chefe do Governo gritou irado à sua governanta: “Os carros do Estado não são para carregar lenha! Não consinto!” A mulher não se ficou e gritou no mesmo tom: “Merda! A lenha não é para mim, é para o Salazar!”
Quem se atreveu a gritar assim a António de Oliveira Salazar, homem temido e respeitado por todos, foi Maria de Jesus Caetano Freire, a sua dedicada e fiel companheira ao longo de toda uma vida.

Nascida no seio de uma pobre família camponesa no lugar de Freixiosa, distrito de Coimbra, aos 31 anos começou a servir os universitários e amigos Manuel Gonçalves Cerejeira e António de Oliveira Salazar. Seguiu este último para Lisboa e só o abandonou quando, aos 81 anos, o ditador morreu por doença. Maria de Jesus tinha cumprido a missão da sua vida. Nunca casou, nem teve filhos.

Joaquim Vieira traz-nos a história de A Governanta, D. Maria ou Menina Maria, como Salazar gostava de tratá-la. Ninguém esteve tão perto do estadista durante o seu percurso de poder. Ninguém o conheceu tão bem, nem partilhou tantos momentos de intimidade. Recluso e celibatário, Salazar tinha no diálogo diário com a sua governanta o único contacto com a realidade dos portugueses. Fica a questão: até que ponto a sua influência não pesou nalgumas opções governativas do homem que comandou o país durante quatro décadas?

Mulher dura, forte, atenta, de uma dedicação canina, foi intendente, organizadora das lides domésticas, secretária, companheira, portadora de recados e pedidos, informadora de murmúrios e opiniões que mais ninguém se atrevia a expressar, conselheira e até enfermeira, nos seus últimos tempos de vida, do fundador e líder do Estado Novo. D. Maria foi tudo isto, e por isso merece um lugar de destaque na História do século XX português.»

Fonte: aqui

4 comentários:

  1. Quais são essas provas médicas? Afinal não diz e fiquei curiosa.

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  2. Curiosa? Óptimo. Assim terá mais vontade de ler o livro...

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  3. Salazar foi um homem correcto durante toda a sua vida, foi também um grande amigo. Na realidade Maria esteve sempre próximo até aos últimos tempos.

    Afirma que nunca foi Salazarista, preocupa-o a possiblilidade de se afirmar ao lado de um homem correcto e respeitador como foi Salazar? Ou a reputação do fascismo é forte demais para os dias de hoje?

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  4. Caro anónimo:
    Preocupa-o a si que eu diga que nunca fui salazarista?
    E o facto de não ser salazarista em que é que me coíbe de apreciar o que de bom fez Salazar?

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