Conhece a parábola do FILHO PRÓDIGO (Lc 15,1-32)?
Se não conhece ou não se recorda bem, então veja aqui.
Todo o pai dá três coisas aos seus filhos: o pão, todos os dias; roupas novas, nos tempos festivos; a herança, uma única vez na vida, pouco antes de morrer.
O pedido deste filho pródigo - "Dá-me a parte da herança que me cabe" - assume, portanto, um imenso dramatismo. Fazendo o pedido que faz, este filho como que mata o pai, ao mesmo tempo que morre como filho! Não quer mesmo mais ser filho nem depender de nenhum pai.
Parte para longe, gasta tudo, torna-se um assalariado desamparado, guarda porcos, vive abaixo de porco (não lhe é sequer permitido comer com os porcos, como os porcos!). É o seu ponto mais baixo. Pensa então em voltar para casa, mas como assalariado, não como filho. É então que a surpresa enche outra vez a cena. Quando nós regressamos a casa, a Deus, nunca encontraremos um Pai distraído, ou que mudou de residência, ou que responde de forma brusca e fria. Está lá sempre à nossa espera, de braços abertos, reabilita-nos como filhos fazendo-nos vestir «o primeiro vestido», o que tínhamos abandonado, o de filhos, faz uma festa, mata o vitelo gordo, prepara um banquete, chama uma orquestra! Alegria excessiva deste Pai pródigo de amor e misericórdia!
É aqui que surge o outro filho, retratado como um bom cumpridor de ordens, um «justo» fariseu, igualzinho aos fariseus »justos» que tinham aparecido no início da história. Tal como estes, também este filho se acha com direitos sobre Deus. Em Deus não vê um Pai, mas um patrão que tem de lhe pagar, pois «nunca transgrediu uma ordem dele». Sempre igualzinho aos fariseus que no início da história citicavam Jesus porque acolhia e comia com os pecadores, também este filho critica o seu pai por acolher e ter tudo preparado para comer com um pecador! O Pai implora-lhe que entre para o banquete da alegria. Mas a história termina sem nos dizer se este filho, que somos também nós, entra ou não entra. Final estratégico. Afinal a história de Jesus foi contada para os fariseus, e nós devemos ter compreendido que devemos tomar lugar ao lado deles, para sermos atingidos em cheio pela história. A história termina sem nos dizer se aquele filho, fariseu, entrou ou não entrou na sala da alegria. Não nos esqueçamos que a história foi contada para nós. É então a nós que cabe tomar a decisão! Como vemos Deus? Como um Pai ou um patrão? E os nossos irmãos são para nos alegrarmos com eles ou para os insultarmos?
Fonte: aqui.
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