quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Interior discriminado

Lemos no "Jornal de Notícias": «Os fundos comunitários desviados das regiões mais pobres para Lisboa já ultrapassam 154 milhões de euros, o suficiente para construir três centros materno-infantis no Porto. Foi um aumento de seis milhões em meio ano, tendo o ritmo de aprovações abrandado. A quantia dada às regiões mais pobres de Portugal, mas que será investida em Lisboa ao abrigo das excepções às regras dos fundos comunitários, continua a subir. Em Junho deste ano, os fundos comunitários destinados ao Norte, Centro e Alentejo, e que serão contabilizados como se lá tivessem sido gastos mas que, na realidade, serão investidos na capital, ultrapassavam 154 milhões de euros, contra 148 milhões em Dezembro do ano passado.»

Lemos e ficamos abismados. Então Lisboa – a região mais rica de Portugal – ainda "come" o pouco que é dado ao interior? E dizem os governantes que querem ajudar as regiões mais pobres!...

Assim compreendemos que muita gente abandone estas terras e vá morar para Lisboa. Só lá ficam os idosos. E quem vai tratar deles?!

Há tempos a ministra da Educação anunciou que vão ser encerradas mais 700 escolas primárias com menos de 20 alunos. Com mais este lote de encerramentos, passam a ser 3.200 as escolas primárias encerradas nos últimos cinco anos de governo socialista. É mais uma machadada nestas terras do interior. Suprimiram-se carreiras para as aldeias, porque não eram lucrativas; fecharam-se centros de saúde, maternidades, urgências, tribunais, entre muitos outros serviços. Há quem diga que a maior parte do país caminha para o encerramento. E depois queixam-se que os campos ficam por amanhar e as matas por limpar, com os consequentes incêndios.

Por outro lado, nas cidades há cada vez mais bairros problemáticos. Cresce o número de habitantes e dispara o crime. "Muita gente junta não se salva" diz o povo e com razão. Esta política, que não é só deste governo, vai pagar-se cara. Mas quem vai conseguir inverter isto?
In O Amigo do Povo

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