segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

EXEMPLOS DE ESTRANHOS (MAUS) “CATÓLICOS”

 [Nota prévia: A presente reflexão, publicada no número recente do boletim paroquial “Sopro e Vida”, pode ser julgada por insensível para os mais “sensíveis”. «Ora, muitos dos seus discípulos, depois de ouvirem isto, disseram: “É dura esta palavra! Quem pode ouvi-la?”» (Jo 6,60), diziam a respeito de Jesus. Eu ainda acredito que “corrigir os que erram, ensinar os ignorantes, dar bons conselhos” continuam a ser obras de misericórdia.]

«Apesar de haver quem se vergue à ditadura das maiorias e modas, estas nem sempre têm razão, seja na esfera social, seja, pela sua natureza, na Igreja Católica. Mesmo que a conduta da maioria atente contra o Ensino e valores da Igreja, jamais irei na onda. Enquanto tiver força e vontade, remarei contra a corrente. De facto, se há tantos sem escrúpulos, avessos ao Evangelho e empertigados na insolência, que mais poderemos esperar? Convido a uma reflexão, pessoal e séria, em registo de “correção fraterna”, sobre alguns exemplos de católicos estranhos a proliferar.
1- PARASITAS. Procuram a Igreja sempre (e só) que precisam, crivados de exigências e acusações, mas não colaboram nem contribuem para uma comunidade mais rica, viva e dedicada. Vivem de desculpas: não têm tempo ou jeito; não gostam disto ou daquilo; embirram com o padre, o catequista… Há grupos e iniciativas que poderiam sair mais enriquecidos se houvesse uma outra mentalidade, outra vontade de colaborar: catequese, leitores, grupo coral, acólitos, jovens, movimentos de ação social e outros (formados ou a formar).
2- MIRONES. É o grupo formado pelos “católicos” que aparecem em alguns eventos sociais/religiosos (funerais, batizados, casamentos) e, em vez de entrar na Igreja, para a oração e comunhão com o motivo que os trouxe ali, ficam da parte de fora, a conversar. Vêm “só” para assinar o ponto social…
3- NEGOCIANTES. É um grupo significativo, formado por aqueles que só “vão à Igreja” quando a Missa é pelos seus defuntos. Para estes “santificar Domingos e festas de guarda” ( = ir à Missa ao Domingo), apesar de ser Mandamento da Lei de Deus (uma obrigação) e da Santa Igreja, nada lhes diz, não é importante. Desprezam. Riem-se. Têm mais que fazer… Ir à Igreja porque Deus pede e merece, não interessa; ir à Igreja porque a intenção é pelos seus familiares ou amigos, isso já é demasiado importante! Não vão lá para louvar a Deus, e vão por causa dos seus, mas querem Deus a cuidar de si e dos seus! Certo…
4- SACRÍLEGOS. Também se tem verificado um significativo número de “católicos” que “faltam habitualmente à Missa ao Domingo” e, nas poucas vezes que lá aparecem, metem-se na fila para comungar como se nada fosse. A fazer fé no Catecismo da Igreja Católica (o que é isto?), é uma comunhão sacrílega, porque comungam em pecado mortal. Deste grupo, além de vários adultos, fazem parte muitas crianças, adolescentes e jovens, cuja culpa maior será dos pais: por não os ajudar a entender o sentido e importância do Domingo (alguns, de facto, não são exemplo!); e por não lhes elucidar a consciência sobre o(s) pecado(s) cometido(s). O mesmo se pode dizer dos que vivem em união de facto, apenas casados civilmente ou divorciados e casados/juntos em nova união: segundo as orientações da Igreja não podem, sem mais, abeirar-se da Sagrada Comunhão. E há quem o faça...
5- PAPAGAIOS. Como o próprio nome indica, é o grupo composto por aqueles/as que não sabem nada da vida da Igreja, da doutrina, prioridades, princípios e valores, mas facilmente aparecem (empertigados) a repetir frases/ideias que ouviram dizer, mesmo que não as entendam, interpretem mal ou usem fora do contexto: “o Papa disse”; “ouvi dizer”; “o padre da paróquia vizinha diz”; “vem no jornal”; “deu na televisão”; “a mim disseram”; “consta que”…
6- TIMBRADOS. É também um exemplo triste de putativos “católicos” porque julgam-se tais só porque “foram batizados”, “fizeram a Primeira Comunhão” e “o Crisma”. E não sabem que estes se chamam “sacramentos da Iniciação Cristã”, ou seja, ao recebê-los, o crente (apenas) está habilitado para viver e assumir pessoalmente a fé, com as responsabilidades inerentes. Por outras palavras: se dizes que estás “encartado na fé”, então conduz = põe-na em prática, em vez de sumires da Igreja! Quando aparecem, é para exigir atestados/certificados como se a fé andasse a reboque de carimbos. Vivem como lhes apetece (devassidão moral, laxismo, escárnio), passam por cima da doutrina e princípios aprendidos (?) e até/ainda pedem ao padre para os atestar, “em consciência”, como “católicos idóneos”!!!
7- PÉRFIDOS. É o grupo formado por aqueles “católicos” que não têm princípios nem escrúpulos e se servem de tudo para satisfazer apenas os seus interesses: mentiras, hipocrisia, cinismo, choradeira, encobrimento, promessas falsas, abuso de pessoas, amizades e instituições, falsas declarações, linchamento na praça pública, difamação entre outros...
Porque (ainda) continuo a preocupar-me e denunciar profeticamente estes atropelos? Um otimista não é aquele que vê um mundo perfeito, mas é a pessoa que acredita na mudança de um mundo imperfeito.
P. António Magalhães Sousa (texto), aqui

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