quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

VERDADE E TESTEMUNHO

 (A)FAZERES PELOS DEFUNTOS…

Várias vezes o tenho afirmado, o melhor modo – único, para quem tem fé – de ajudar os nossos defuntos (familiares, amigos) é a ORAÇÃO e a CARIDADE. Há quem o faça ao participar e oferecer a Santa Missa: umas vezes, apenas pela presença; outras, acrescentando a esmola (estipêndio). Não há melhor modo de lembrar e ajudar os defuntos; não há mais perfeita comunhão entre “vivos” e “mortos” do que aquela que acontece em cada Eucaristia.
Todos os dias celebro. Todos os dias faço questão de rezar, de lembrar interiormente a Deus, os meus paroquianos, familiares e amigos falecidos. Não preciso de ter intenções para o fazer. Também não sei se eles precisam da minha oração… eu preciso de os ter presentes em cada oração eucarística: «Lembrai-vos dos nossos irmãos que morreram na paz de Cristo e de todos os defuntos, cuja fé só Vós conhecestes: admiti-os a contemplar a luz do vosso rosto e dai-lhes a plenitude da vida na ressurreição».
Como todos, também já vi partir pessoas muito importantes para mim: pai, padrinhos, avós, tios, Amigos de peito, paroquianos “ímpares”. Sei de cor, em alguns casos ajudado por cábulas, a data da sua morte para os ter presentes, de modo muito especial, na Eucaristia desse dia. Porque acredito ser a melhor memória a fazer-lhes, o maior presente a dar-lhes.
Nunca fiz (nem faço) partilhas ou publicações nas redes sociais a debitar saudade eterna, amor pleno, tristeza fatal, vazio existencial na data da sua morte… Se o umbigo até pode empertigar com gostos e comentários deixados ao calha por quem ali passa e posta a deixar rasto, os defuntos nada ganham. É tão-só um megafone a fazer eco de necessidades e/ou vaidades humanas… Por isso, causa-me uma estranha náusea que alguns sejam felinos a publicar datas e sentimentos nas redes sociais, mas não põem os pés na igreja, não se preocupam em dar-lhes o que, porventura, mais precisam e maior bem lhes poderia fazer… É mais um sinal a atestar a distância abismal entre fé e fezadas…
(P. António Magalhães Sousa), aqui

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