domingo, 3 de maio de 2020

Nesta altura, um confronto ideológico interessará a alguém?


Hoje o CM titulava assim uma  notícia: "Igreja abre guerra contra Costa e Marcelo".
Zita Seabra escrevia: "A decisão do governo de António Costa de apenas permitir Missas a partir de dia 31 de maio é, em si mesmo, um atentado à liberdade religiosa."
Nas novas tecnologias chovem imensas críticas, por parte de padres e leigos, àquilo a que poderemos cognominar de dualidade de critérios do poder político. Por um lado, foram permitidas as celebrações do 25 de Abril e as do 1ª de Maio. Por outro, as celebrações religiosas com assembleia continuam proibidas e o 13 de maio não se vai realizar com a presença de peregrinos. Há quem refira estes factos como cedências ao ritos pagãos e prepotência em relação às religiões. Há ainda quem fale de "jogos políticos" por trás do pano do palco das decisões.
Enquanto isto, a hierarquia da Igreja católica tem norteado a sua acção por um enorme realismo e por uma profunda coerência em relação à defesa da vida contra a qual atenta fortemente este miserável vírus.
Vejamos só algumas afirmações de importantes figuras da Igreja, acabadinhas de vir a público:
"Cardeal D. António Marto mantém decisão de celebrar 13 de maio em recinto fechado, sem presença de peregrinos".
«Não podemos ter pressa nem ser precipitados» – D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga.

Cardeal-patriarca apela ao cumprimento da suspensão das celebrações comunitárias,  «a bem da saúde pública».
Recorde-se que antes da declaração do estado de emergência, já a Igreja, com imersa dor de alma,  suspendera as celebrações com a participação da assembleia.
Sinto-me sintonizado com o agir dos Bispos de Portugal. Há que manter a firmeza em relação à defesa da vida, em todas as suas etapas. Custe o que custar e doa a quem doer. 
Só um à parte. Não estaremos a ir depressa demais no tocante à celebração dos funerais? Sei e sinto que são momentos de imensa dor para quem vê partir um ente querido ou um amigo, tendo de o fazer nas actuais circunstâncias.  Mas penso que é uma das situações mais perigosas no que diz respeito à transmissão do vírus. Aqui, penso, impõe-se absoluta cautela...

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