O antigo primeiro-ministro e o seu advogado, João Araújo, no domingo
Fotografia © Álvaro Isidoro/Global Imagens
José Sócrates, o seu motorista, João Perna, e o empresário Carlos Santos Silva, todos ficam em prisão preventiva. Só o advogado Gonçalo Trindade Ferreira sai em liberdade.
A prisão preventiva a José Sócrates e as medidas de coação aos outros três arguidos foram anunciadas oficialmente por uma escrivã do Tribunal Central de Instrução Criminal pelas 22:30. Da leitura do comunicado resulta que apenas o advogado Gonçalo Trindade Ferreira não fica detido.
O ex-primeiro-ministro, acusado de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção, fica a preso preventivamente.
A mesma medida de coação foi aplicada ao seu motorista, João Perna, a quem a acusação acrescentou o crime de posse de arma proibida, além dos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais.
Carlos Santos Silva, empresário apontado como amigo de longa data de José Sócrates, fica igualmente em prisão preventiva, indiciado por fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.
Já Gonçalo Trindade Ferreira, advogado de uma das empresas de Carlos Santos Silva, sai em liberdade mas fica proibido de contactar os outros arguidos, de se ausentar para o estrangeiro e com a obrigação de se apresentar apresentação bisemanalmente às autoridades. Está indiciado pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
A medida de coação a José Sócrates tinha minutos ante sido comunicada pelo seu advogado aos jornalistas. João Araújo considerou a decisão do juiz Carlos Alexandre "profundamente injusta" e disse que ia recorrer.
Interrogatório terminou depois do almoço
À tarde, ao chegar ao tribunal, depois de uma pausa para almoço, o advogado do antigo primeiro-ministro, João Araújo, explicou que as inquirições aos arguidos já tinham terminado, admitindo que as medidas de coação seriam a próxima etapa das diligências processuais no TCIC.
À saída para almoçar, o advogado João Araújo dissera aos jornalistas presentes no Campus de Justiça, em Lisboa, que o interrogatório, que começou pelas 10:00, fora interrompido e que as diligências seriam retomadas às 14:30.
A vigilância ao motorista de Sócrates é uma das chaves da investigação. Durante vários meses, os movimentos de João Perna, motorista que trabalhava para José Sócrates e que, tal como o ex-primeiro ministro foi detido, terão sido alvo de uma apertada vigilância por parte dos investigadores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP). Terá sido fruto desta apertada vigilância que a investigação terá conseguido sustentar a a ligação entre José Sócrates e o empresário Carlos Santos Silva, funcionando João Perna como o "correio" do dinheiro entre ambos.
Segundo várias informações já públicas, para afastar qualquer ligação direta a montantes depositados em bancos, José Sócrates terá - segundo a tese da investigação - contado com a relação de amizade e confiança de Carlos Santos Silva para este funcionar como seu banqueiro particular e "testa de ferro".
Depois de ter sido detido na sexta-feira à noite, no aeroporto de Lisboa, José Sócrates começou a ser interrogado no domingo, depois de no sábado terem sido inquiridos os restantes três arguidos detidos no âmbito da mesma investigação.
Fonte: aqui
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