Igreja enfrenta numerosos desafios, mas lidará com eles ao seu ritmo próprio
Annuntio vobis gaudium magnum, júbilo a preceder o ansiado habemus papam. Algo que poderá ouvir-se esta semana, saindo fumo branco do conclave que dita o futuro da firme e abalada Igreja Católica.
São muitos anos. Muita experiência de governação, de política no mais estrito
sentido do termo, independentemente da divina inspiração dos cardeais que, a
partir de hoje, por volta das 17 horas (em Portugal) estão fechados na
Capela Sistina, no Vaticano, com a missão de escolher o sucessor de Pedro,
ou, numa visão mais prosaica, de Bento XVI, retirado na paz de Castel
Gandolfo.
Daí que todos os prognósticos, relativos ao que virá a ser escolhido ou ao rumo que este ditará para a Igreja, sejam espantosamente falíveis. Sempre que muda o pontífice romano, crentes e outros observadores são atacados pela síndrome "As Sandálias do Pescador", inspirando-se no romance de Morris West para sonhar um Papa protagonista de radicais mudanças, mas é evidente que uma instituição não se perpetua através dos tempos através de ruturas. Não obstante, tempos conturbados, coincidentes com o pontificado de Bento XVI, poderão inspirar algum arrojo.
Até porque o venerando Joseph Ratzinger, eleito aos 78 anos, foi sempre apontado como um Papa de transição. Falta saber em que desaguará essa transição.
É velha a máxima de que os que entram "papáveis" no conclave saem de lá cardeais. Valem essas listagens o que valem, fruto dos contactos estabelecidos pelos vaticanistas (os jornalistas com acreditação permanente na Santa Sé), mas dão para perceber que, de um modo geral, retrata-se uma divisão entre conservadores e reformistas.
Antes das grandes questões, que tanto são levantadas por fiéis como por incréus (celibato, ordenação de mulheres, preservativo...), há que arrumar a casa. Nesta peculiar eleição sem candidatos assumidos, em que 115 cardeais eleitores decidem o futuro de mais de mil milhões de fiéis será maior a preocupação de preservar a solidez da instituição, seriamente abalada com o escândalo batizado pelo porta-voz do Vaticano de "Vatileaks", envolvendo a fuga de documentos secretos de Bento XVI.
Passada a Cúria a pente fino, um relatório foi entregue ao agora Papa Emérito, que o passará apenas ao sucessor. E desse documento, ou dessa batata quente, dependerá em boa parte o Pontificado que em breve se iniciará - havendo Papa, estima-se que possa ser empossado daqui a uma semana, terça-feira santa, dia de São José e do Pai.
Um dos imperativos de evolução - a necessidade de descentralizar - pode passar por essa reformulação da Cúria. Algo que motivará resistências, tal como a adaptação da Igreja à sociedade moderna (não se espere excessiva, mas apenas alguma abertura em questões ligadas à sexualidade).
A crise das vocações, por outro lado, abre o debate de questões como o celibato dos padres ou a abertura do sacerdócio a mulheres. Outros pilares do novo Pontificado serão, ainda, o aprofundamento dos diálogos ecuménico e inter-religioso, muito fomentados tanto por João Paulo II como por Bento XVI.
Fonte: aqui
Daí que todos os prognósticos, relativos ao que virá a ser escolhido ou ao rumo que este ditará para a Igreja, sejam espantosamente falíveis. Sempre que muda o pontífice romano, crentes e outros observadores são atacados pela síndrome "As Sandálias do Pescador", inspirando-se no romance de Morris West para sonhar um Papa protagonista de radicais mudanças, mas é evidente que uma instituição não se perpetua através dos tempos através de ruturas. Não obstante, tempos conturbados, coincidentes com o pontificado de Bento XVI, poderão inspirar algum arrojo.
Até porque o venerando Joseph Ratzinger, eleito aos 78 anos, foi sempre apontado como um Papa de transição. Falta saber em que desaguará essa transição.
É velha a máxima de que os que entram "papáveis" no conclave saem de lá cardeais. Valem essas listagens o que valem, fruto dos contactos estabelecidos pelos vaticanistas (os jornalistas com acreditação permanente na Santa Sé), mas dão para perceber que, de um modo geral, retrata-se uma divisão entre conservadores e reformistas.
Antes das grandes questões, que tanto são levantadas por fiéis como por incréus (celibato, ordenação de mulheres, preservativo...), há que arrumar a casa. Nesta peculiar eleição sem candidatos assumidos, em que 115 cardeais eleitores decidem o futuro de mais de mil milhões de fiéis será maior a preocupação de preservar a solidez da instituição, seriamente abalada com o escândalo batizado pelo porta-voz do Vaticano de "Vatileaks", envolvendo a fuga de documentos secretos de Bento XVI.
Passada a Cúria a pente fino, um relatório foi entregue ao agora Papa Emérito, que o passará apenas ao sucessor. E desse documento, ou dessa batata quente, dependerá em boa parte o Pontificado que em breve se iniciará - havendo Papa, estima-se que possa ser empossado daqui a uma semana, terça-feira santa, dia de São José e do Pai.
Um dos imperativos de evolução - a necessidade de descentralizar - pode passar por essa reformulação da Cúria. Algo que motivará resistências, tal como a adaptação da Igreja à sociedade moderna (não se espere excessiva, mas apenas alguma abertura em questões ligadas à sexualidade).
A crise das vocações, por outro lado, abre o debate de questões como o celibato dos padres ou a abertura do sacerdócio a mulheres. Outros pilares do novo Pontificado serão, ainda, o aprofundamento dos diálogos ecuménico e inter-religioso, muito fomentados tanto por João Paulo II como por Bento XVI.
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