terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Comentário de Mário Soares

"Cavaco foi rancoroso" e "escolha de Alegre é grave"
Nas primeiras palavras sobre as últimas eleições presidenciais, Soares critica o rancor de Cavaco e elogia Passos Coelho.
O histórico socialista lamenta os discursos que Cavaco proferiu no momento da vitória: "Em lugar de ser generoso e magnânimo para com os vencidos, foi rancoroso. O que além de lhe ficar mal, quanto a mim, representa um erro político grave que divide Portugal precisamente quando mais o devia unir", escreve hoje Soares no Diário de Notícias.
Para Soares "a verdade é que as últimas eleições mostram que o nosso país está mais dividido que nunca. E além disso desorientado".
Por isso, acrescenta "o Presidente ora reeleito deveria ter feito um discurso positivo, voltado para o futuro, e não um discurso que divide mais os portugueses".
Em contraste com o tom de Cavaco Silva, surge, no seu entender, Pedro Passos Coelho que "proferiu um discurso politicamente responsável, muito equilibrado e inteligente", conclui.
Sobre a casa socialista, Soares reitera que o PS errou "quando resolveu apoiar o candidato que já tinha sido escolhido pelo Bloco de Esquerda (...) um erro de Sócrates grave".
Em relação a Fernando Nobre, a surpresa nas eleições de domingo, Soares recusa ter empurrado o presidente da AMI para Belém. "Não fui eu que o empurrei para candidato. Ele [Fernando Nobre] limitou-se a consultar alguns amigos e eu fui um deles", lê-se no mesmo artigo.

Alguém comentou:
"Não será melhor para Sócrates governar á direita e ter Cavaco como Presidente que o inimigo Alegre ?
Além de que Alegre há muito que se encontra no B.E.
Para mim foi uma golpada inteligente do Sócrates queimou Alegre e ficou com Cavaco que lhe dá mais jeito para governar neste momento."


Pode ver aqui.

3 comentários:

  1. A política é a ciência da aplicação da demagogia.
    Todos o sabemos.
    E com a idade, os políticos refinam-se na sua prática.
    Veja-se o exemplo trazido com este texto: foi o dr. Soares que, de forma hábil e com enorme visão política, colocou o dr. Nobre nestas andanças … para fazer ao dr. Alegre o que este lhe fizera a si! (e de nada vale tentar afirmar o contrário porque os factos o desmentem, ou ninguém viu a filha, Isabel, a participar activamente na campanha do dr. Nobre?! Ela teria participado sem beneplácito do pai?!).
    Algo bem urdido, sabendo-se da apetência que uma determinada franja dos eleitores portugueses têm para votar nos candidatos ditos “independentes”.
    Ao mesmo tempo que prejudicava a candidatura do dr. Alegre, tirava votos, em grande escala ao prof. Cavaco, uma vez que a candidatura do dr. Nobre moveu-se muito no eleitorado do centro político.
    Resultado, pode agora o ex-PR que teve 83% dos votos com o apoio de PS e PSD, dar-se ao prazer de acusar o candidato vencedor de dividir o país, ignorando, por completo, o direito à defesa da honra e do bom nome, como se, pelo facto de ser eleito, perdesse o direito à sua defesa pessoal de tão vis ataques de que foi alvo.
    Note-se que, por exemplo, no último dia da campanha, alguns jornais de tiragem nacional, “amigos” do dr. Soares, dedicaram artigos de três e quatro colunas a expor uma alegada fuga ao fisco sem qualquer prova, indiciária que fosse, para além do arbítrio de alguns que desconfiaram do valor da permuta de uma casa!!!
    Isto, nas vésperas das eleições…
    Não tinha o homem o direito de se defender, mesmo sendo político?
    É claro que sim.
    Também discordo que a estratégia do engº. Sócrates fosse obter o resultado que ora é conhecido.
    Não é o que resulta da campanha eleitoral e dos ataques frontais e directos ao candidato vencedor.
    Não é o que resulta dos vários diplomas legais aprovados por este Governo, a pedido (ou por imposição?) do BE.
    Sabe-se que a coabitação entre estes PR e PM nunca foi boa, e acredito que será cada vez pior até à moção de censura parlamentar… assim desejo. Bem de todos nós.
    NPL

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  2. Esclarecimento à «Apologia do voto inútil» - Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada e enviado há dois dias para o ‘Público’ não tendo havido lugar à sua publicação conforme solicitado
    A recente publicação do texto ”Apologia do voto inútil” (N. JPR: vide s.f.f. em http://spedeus.blogspot.com/search?q=Apologia), no passado dia 17, obriga-me a prestar o seguinte esclarecimento:

    1. Como claramente se afirma neste artigo, bem como no publicado na véspera na “Voz da Verdade”, o voto numa candidatura ideologicamente contrária à doutrina da Igreja - como seriam, por exemplo, o nazismo ou o comunismo - é, para um cristão, ilícita, por uma questão da mais elementar coerência. Mas, a votação numa candidatura que se assuma como representativa de valores compatíveis com o ideário cristão, é moralmente legítima para os católicos.



    2. Contudo, a opção dos eleitores não se reduz à escolha de uma candidatura, pois também se pode realizar através de outras formas legítimas de participação cívica. Com efeito, muito embora todos os cidadãos e todos os cristãos estejam chamados a cumprir com o seu dever cívico no próximo dia 23, ninguém está moralmente obrigado a votar num dos candidatos, sobretudo se entender, como é legítimo que entenda, que não estão reunidas as condições para sufragar nenhum dos projectos presidenciais existentes, nomeadamente porque os seus princípios são inaceitáveis, ou a idoneidade moral dos prováveis eleitos não merece a sua confiança política.

    3. Contra a lógica do «voto útil», não se deve portanto descartar o voto nulo, branco ou a abstenção. Note-se que não se diz que o recurso a este modo de participação democrática é o único legítimo para um cristão, pois expressamente se afirma que «é moralmente lícita a votação num candidato que, mesmo sendo defectível, é o menos mau dos possíveis ganhadores». Apenas se refere que aquela opção pelo «voto inútil» é a que resta para quem não tem outra, quer por não se rever em nenhuma das candidaturas viáveis, quer por não estar disponível para exercer o voto de conveniência.

    4. A argumentação foi desenvolvida apenas e só no plano moral, como se constata pelas expressões usadas para este efeito: «axiomas éticos», «princípios», «discutível moralidade», «verticalidade», «leviandades», «vitória moral», «coerência ética», «moralmente lícita», «idoneidade moral», «princípios e valores permanentes», etc. Pelo contrário, não se nomeia nenhum candidato, nem nenhum partido político, precisamente para que o texto não pudesse ser usado contra ou a favor de nenhuma candidatura, na medida em que esse não era, manifestamente, o propósito que presidiu à sua elaboração.

    5. Por último, muito embora todas as afirmações em apreço sejam coerentes com a doutrina da Igreja, que subscrevo na íntegra, e as recomendações dos senhores Bispos, a cuja autoridade gostosamente me submeto, não têm outro valor que não seja o de manifestar, com a liberdade que se supõe existir numa sociedade democrática, a livre opinião do autor, na justa medida em que o consente a sua condição eclesial, enquanto cidadão empenhado na construção de uma sociedade mais justa e solidária.

    Gonçalo Portocarrero de Almada

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  3. Convém, ao ler este segundo comentário, prestar atenção a este post:
    http://theosfera.blogs.sapo.pt/508964.html

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