segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Onde tem estado a sociedade civil?

Chegaram-me hoje algumas informações sobre a movimentação da sociedade portuguesa para ajudar as vítimas da sismo no Haiti.
Numa terra, os jovens promoveram uma tarde de variedades com o intuito de recolher fundos. Noutro local, pessoas juntaram-se e andaram a cantar "as janeiras" tardias de casa em casa com o mesmo fim. Ainda noutra, duas freguesias vizinhas combinaram um jogo de futebol cuja receita reverteu a favor das vítimas. Por fim, chegou-me ao conhecimento que a Associação Cultural de uma freguesia promoveu um lanche-volante cujos lucros foram também destinados à mesma causa.
É a cidadania a funcionar.

E entre nós? Que fizeram os cidadãos e as associações em prol desta causa verdadeiramente humanitária? Quem lhe deu acolhimento e a divulgou? Vê-se tanta crítica, tanto ataque pessoal, tanta má-língua e depois quando é preciso passar à acção, ter criatividade... nada! Foge a força toda para a língua!?

A comunidade cristã-praticante cumpriu o seu dever, marcou presença, foi generosa, esteve no lugar onde deve estar: a caridade/solidariedade. Sem ondas, sem dar nas vistas. Todos os peditórios das missas de sábado e domingo foram para as vítimas do sismo. E os outros??? É que a solidariedade não é monopólio de ninguém, compete a todos. Quero acreditar que muita gente, através de outros canais, terá exercido o seu dever solidário.

Depois é assim. Critica-se a Igreja forte e feio, tantas vezes sem mesmo saber porque se está a criticar, mas não hora de ser preciso ajudar, todos conhecem o caminho da Igreja. Dá para pensar...

Claro que os cristãos - TODOS! - são chamados a praticar a caridade e a solidariedade. Já S. Paulo declarava taxativamente: "Se não tiver caridade, nada sou." Isto nem se discute.
Preocupa a inacção da sociedade civil, a falta de dinamismo cívico.

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