terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Constâncio defende subida dos impostos

O governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, defendeu esta terça-feira a subida de impostos para reequilibrar as contas públicas.
“A redução do défice implicará novas e difíceis medidas de contenção da despesa e, presumo eu, o aumento de impostos indirectos nos próximos anos”, sustentou o supervisor numa conferência promovida pelo ‘Jornal de Negócios’ e pela ‘Antena 1’Questionado sobre uma eventual actualização do IVA dos 20 para os 21%, Constâncio admitiu que é um “exemplo”. “Presumo que alguma coisa terá de ser feita do lado da receita”, sublinhou o governador, lembrando que “não podemos esperar uma evolução espontânea da economia, tem que haver novas medidas”.Posição semelhante foi assumida pelo economista Silva Lopes, que sugeriu um agravamento dos impostos já em 2011, a par do congelamento dos salários. “Já que não pode ser para 2010, tem de ser para 2011”, explicou, ressalvando que já devia ter sido feito algo nesse sentido no Orçamento do Estado para este ano. Confessando-se pessimista em relação ao futuro do País, Silva Lopes destacou que “não conseguimos ajustar sem gastar menos”.

In Correio da Manhã

Sócrates descartou subida de impostos
José Sócrates, reagindo às declarações de Constâncio, voltou hoje a descartar uma subida de impostos, considerando que isso teria consequências negativas quer no emprego quer na actividade económica.
"Nós vamos fazer uma consolidação orçamental baseada na redução da despesa e não no aumento de impostos, porque isso seria negativo para a nossa economia", afirmou o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas.
"O senhor governador disse apenas que, no futuro, tinha uma perspectiva que talvez isso [aumento de impostos] tivesse necessidade de se fazer. Mas ele concorda que este não é o momento para aumentar impostos, porque isso teria uma consequência negativa, quer no emprego quer na actividade económica", sublinhou Sócrates.
Também Vieira da Silva veio hoje dizer que o Governo não tem planos para aumentar impostos no médio prazo.
"[A subida de impostos] não faz parte do Orçamento nem da estratégia do Governo para o curto e médio prazos. É a opinião do dr. Vítor Constâncio e o Governo não subscreve este ponto de vista", afirmou o ministro da Economia.
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Alternativas?
Que a situação económica está péssima, ninguém o desconhece. Que é preciso reagir e depressa, também se impõe. Como reagir? Aqui as opiniões são várias, até como podemos ver pelos intervenientes acima citados.
Não sou um economista nem um técnico de Finanças. Apenas um simples cidadão. E como tal, algumas simples e despretenciosas sugestões:
1. Estamos a viver acima das nossas posses, consumindo bastante mais do que aquilo que produzimos. Temos mantido esta situação à custa de empréstimos, aumentando constantemente nosso endividamento que é alarmante. E, um dia destes, pode acontecer que já não nos fiem dinheiro ou então que exijam um juro incomportável. De resto, sabemos bem o que acontece a famílias e a empresas que não pagam o que devem... Com o Estado é parecido.
2. Neste período de grave crise, penso que seria de:
- Congelar por algum tempo - e até diminuir - os altos ordenados (políticos, empresários, altos quadros do Estado e das empresas. O mesmo acontecendo às grandes reformas.
- Estancar decisivamente a entrada "política" de pessoal nos quadros das autarquias e do Estado.
- Acabar ou controlar os Offshores - aqui tinha que intervir uma política europeia e global.
- Controlar a atribuição do "ordenado mínimo garantido", de modo que só usufruísse dele quem realmente precisa e se estancasse o parasitismo social.
- Interromper por algum tempo os prémios aos altos quadros das empresas (públicas e privadas).
- Aumentar os impostos sobre os Bancos e a Bolsa.
- Incentivo ao trabalho e à produção.
- Incentivo a tipos de produção que melhorassem o nível económico das famílias, aumentando a sua independência, como a agricultura como suplemento do emprego.

1 comentário:

  1. A Administração Obama encontrou quase cem mil milhões de dólares anuais do programa de benefícios fiscais de ajuda aos mais ricos idealizado por Bush, prestes a expirar e que não será renovado, um corte de 39 mil milhões de dólares anuais em benefícios fiscais até agora concedidos às empresas petrolíferas e 150 mil milhões de dólares em novos impostos e taxas a aplicar ao sector financeiro.
    Não quero com isto dizer que os americanos sejam um exemplo, mas alguma coisa já está a ser feito.
    Quero somente enaltecer que é preciso colocar aqueles que mais podem a pagar uma crise que por cá continua a ser paga pelos mesmos de sempre.

    Muita paz .

    Armando Gouveia

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