Não conhecia o bispo alemão Fritz Lobinger, um bispo missionário aposentado, que está na África do Sul, até ler o que ele escreveu sobre as soluções para lidar com a falta de padres. Até hoje existem, na sua opinião, três soluções: a tradicional, a pragmática e a reformista. No entanto, ele acrescenta-lhe uma quarta solução, que designa de “solução comunitária”.
Na solução tradicional propõe-se o aumento de oração para que hajam mais candidatos, na esperança de que os seminários se encham ou para que, ao menos, venham padres de outros países ou continentes encher as vagas deixadas nas paróquias pelos sacerdotes que vão envelhecendo e morrendo.
Na solução reformista insiste-se na abolição do celibato obrigatório, na expectativa de que isso origine um aumento significativo de candidatos. Por princípio, esta solução até admite a ordenação de mulheres.
Na solução pragmática propõe-se a distribuição por diáconos ou leigos de tarefas que eram executadas por padres.
Já a “solução comunitária”, tal como refere Lobinger, baseia-se numa visão mais profunda da Igreja, seguindo a linha do Concílio Vaticano II e procurando a vivência das primeiras comunidades cristãs. Ele propõe que as comunidades assumam novamente a responsabilidade que tem estado centralizada no padre. Inspirado por S. Paulo, sugere ainda que se introduza um novo tipo de presbítero para trabalhar ao lado do clero atual, complementando-o. Seriam líderes comunitários “aprovados” (“probati”), eventualmente casados e com as suas profissões. Embora tecnicamente ordenados, não teriam formação no Seminário e só poderiam servir a sua comunidade.
Olhando para todas estas soluções, fico com a sensação de que nenhuma delas é a solução, e que talvez um misto delas o possa ser. Sou a favor de que se aumente a oração para que hajam mais candidatos ao sacerdócio ministerial e ao compromisso laical. Sou a favor de que se repense o celibato como condição sine qua non. Sou a favor de que a missão seja assumida corresponsavelmente por todas as vocações eclesiais. E sou a favor do caminho que nos leve a formar outros tipos de lideranças nas comunidades, mais participativas e menos clericalizadas.
Fonte: aqui
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