Ontem pus de lado outras coisas e decidi acompanhar o debate com o Primeiro-Ministro na Assembleia da República através da TV.
Confesso que não tive coragem para ir até ao fim. Cansei mesmo.
Não gostei. Nem do governo, nem do partido que o apoia, nem da oposição. Fez-me lembrar mais uma feira de vaidades do que um debate democrático visando o bem da Nação. E percebi ainda melhor os motivos pelos quais os cidadãos se afastam da política como demonstra a abstenção crescente nos actos eleitorais. Sinceramente, não entendo a cegueira e surdez dos políticos aos sinais que os cidadãos lhes enviam. É que contonuam na mesma...
Os temas levantadas até que têm interesse para o país. Só que o que parece contar é quem fica por cima, quem vence, os argumentos que arranja. E tudo em detrimento do debate salutar, aberto ao contributo de todos.
Depois aquele tempo de arrufos e amuos entre o Primeiro-Ministro é um dos líderes partidários é de uma infantilidade, meu Deus!
Também achei inqualificável aquele estilo servil, lovaminhas, do partido do governo ao governo que apoia. Apoiar o governo mas com substância, com independência...
A oposição fica a meio da sua função. Criticar vai criticando o governo. Alternativas claras, precisas, exequíveis nem vê-las!
Os senhores deputados e governantes sabiam perfeitamente que o debate estava a ser transmitido para o público via TV. Portanto, para falarem para o público era precisa uma linguagem que o grande público entendesse. Às vezes parece que aqueles senhores falam para se ouvirem a si mesmos.
A dificuldade em comunicar estende-se para lá do Parlamento. Ainda há dias uma ministra deu uma entrevista a um canal de TV. Assiste, perguntando-me: "Esta senhora está a falar para quem? Para si mesma? Ou quer falar sem nada dizer?"
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