Há um hostória que é comum a ambos e que eu conheço.
Nestes tempos setembrinos ambos andam na apanha da fruta. Levantam-se muito cedo, almoço na mochila, partem para o trabalho. Um no carro do familiar que também anda na faina; outro na carrinha da empresa agrícola.
Vão. Os pais obrigam-nos? Não. A precisão é extrema? Não. São jovens filhos de famílias de recursos médios.
Vão trabalhar satisfeitos, mesmo que o trabalho nada tenha a ver com a opção universitária seguida.
Podiam ficar em casa, arrastando-se inutilmente diante do telemóvel, participando numas borgas, vaguendo pelas piscinas, desgastando os bancos do café.
Podiam recorrer constantemente ao "banco" da carteira dos pais como tantos fazem. Mas não. São jovens livres, sem as amarras da pressão social, que pensam pela sua cabeça, que não têm medo de sujar as mãos. Ousam a liberdasde de conseguir por si mesmos aquelo que podem conseguir por si mesmos. Por isso, jovens mais preparados para o futuro.
"Não imagina a liberdade que sinto quando, ao fim de semana, o patrão me entrega o envelope com o meu ordenado! A experiência de me sentir útil à sociedade e à família, a diminuição da dependência da carteira paterna, a confirmação de que sou capaz de executar tarefas e de aprender novas atividades, o convívio com outros trabalhadores dos mais diferentes níveis culturais e etários... Tudo me faz ultrapassar as naturais dificulades provenientes de trabalhos não habituais." - testemunhava um deles.
Também sei de outros jovens que passaram férias exercendo outras atividades remuneradas ou em voluntariado. Refiro, por exemplo, jovens que trabalharam em estabelecimentos comerciais, normalmente ligados ao turismo ou aqueles que fizeram voluntariado em Fátima.... Entre muitos outros casos.
Penso que todos os que algo fizeram em férias chegam muito mais leves ao início das aulas do que aqueles que nada fizeram de útil e, por isso, interiormente saturados de vazio.
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