quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

E o Sérgio surpreendeu! OH! Se surpreendeu!...

O Sérgio tem 11 anos e anda no 6º ano.
Meio do primeiro período. Começaram a chegar os testes com classificações baixas e algumas mesmo negativas. Como se isso não bastasse, o pai, encarregado de educação, é chamado à escola por causa do comportamento do filho, e mais do que uma vez.
A directora de turma, que é a mesmo do pretérito ano, não sabe explicar esta mudança de comportamento. O pai e a mãe também não entendem. Há uma boa relação familiar, os filhos sentem-se à-vontade para partilhar, os pais vivem intensamente os problemas dos filhos, sempre se respirou em família um ambiente empático.
Depois de várias e prolongadas conversas e vendo que o comportamento e aproveitamento do Sérgio não melhoraram, os pais partem para medidas mais drásticas. Proibição de usar computador, telemóvel, consolas e essas coisas que fazem as delícias dos mais novos. Resultado: piorou!
Ainda por cima, algo de estranho se passa com o rapaz e que nele nunca fora  habitual: alguma fuga para a inverdade, o que minou a confiança dos pais.

Sempre atentos, os pais pensaram e repensaram-se. Concluíram que à radicalização das suas posições  respondeu o rapaz com comportamentos igualmente radicais.
Então acharam que, uma vez que o castigo correspondia a maus resultados na escola, o mesmo só duraria durante os dias de aulas. No fim-de-semana o pequeno poderia usar, durante algum tempo, as coisitas de que tanto gostava. E aí começaram a surgir sinais de melhoria por parte do filho...
Quanto à confiança esbatida em virtude de certas inverdades, ele sabe que tem pela frente um desafio constante: voltar a conquistar a total confiança paterna e materna. Reconheceu que errou e sente-se que ele sente necessidade de calcorrear o caminho íngreme da confiança que abalroou. 

Não é fácil a vida dos pais hoje. Tantos deles com uma vida profissional cada vez mais exigente que lhes retira tempo e disponibilidade interior para os filhos e para eles mesmos. Depois cada filho é um caso, para cada um é preciso escolher o melhor método de actuar. E nem sempre é fácil...
A vida de uma criança e de um jovem não é linear. Quando menos espera, lá surge um caso, uma situação para que é preciso encontrar solução, um imprevisto, um desafio...
Razão, paixão e encantamento têm de se conjugar. E os pais não são deuses...

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