Passe-se o tempo... e ao menino vão-se os anos
Não tem alento, e sem sustento, tem desenganos
Vida dramática, todos o maltratam , clima infernal
Nessa desgraça que o pobre passa, chega o Natal.
Em seu barraco fome ele passa... só desconforto
Quase não dorme ao levantar-se é quase morto
Desprotegido, só estampidos de balas ouvindo
À margem social esse menino está corrompido...
No Natal brincam nobres crianças de carrossel
Sem esperança de ser criança, pois vive ao léu!
Pega o velho sapato e põe na janela a esperar
Ora pedindo presentes. Mas Papai Noel não dá !
Seu habitar é nas calçadas a mendigar o que comer
Nada a ganhar... Papai Noel nunca lhe teve mercê,
Esse é o mundo da criança pobre, à margem afinal
Torcem-lhe o rosto, é só desgosto,seu presente de natal!
Laerço dos Santos
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