Nesta semana cruzei-me com uma pessoa desta comunidade tarouquense com quem dá gosto trocar dois dedos de conversa, pois, não tendo grandes estudos, é alguém que gosta de sonhar e perspetivar a sua terra. Não se perde com as miudezas tão comuns aos mortais, mas procura ver ao longe e ao largo.
Nem sempre estamos de acordo, pois alguns dos projetos que propõe parecem-me verdadeiramente irrealistas. Mas reconheço-lhe a importância de esvoaçar do imediatismo mesquinho para a amplitude que enquadra o concreto e imediato.
Às tantas, durante a conversa, lança-me a pergunta: " Que projetos acalenta a Paróquia?"
"Então, o senhor sabe..." - respondi como quem quer mais ouvir do que falar.
"Bem, não bata mais no ceguinho... Bem sabe que apareço poucas vezes na Igreja. Não que o senhor não tenha razão, mas..."
E expus:
- Concluir a 2ª parte do Centro Paroquial;
- Realizar obras de restauro no interior da Igreja das quais o templo está carente;
- Construir a capela do Castanheiro do Ouro;
- Em Santa Helena muito que fazer e em Cristo Rei também;
- A casa paroquial necessita de obras de restauro.
- As capelas dos povos vão precisando de alguma conservação...
Ele ia acenando em sinal de concordância. Mas Santa Helena! E falou entusiasticamente do hotel, do campo de golf, dos bangalôs, da arborização, do parque das merendas e de convívio, da melhoria das estruturas religiosas, etc, etc.
Pois - e nisso concordámos claramente - mas o grande problema é o económico. É que sem ovos não se fazem omeletas. E com a crise, as coisas pioram. Menos apoio estatal, menos vontade de as empresas se envolveram em projetos, menos colaboração das pessoas...
"Somos uma paróquia com muita gente, aqui e no estrangeiro. Se fôssemos mais generosos e cultivássemos mais o sentido do bem comum, muito se poderia fazer, sem estarmos sempre à espera de apoios do estado..."- disse o meu amigo, soltando um suspiro profundo.
Falámos ainda de outros projetos, para mim prioritários (ele torceu o nariz!). Têm a ver com as gentes. Os compromissos litúrgicos, pastorais e sócio-caritativos. A atenção da comunidade a cada pessoa e de cada pessoa à comunidade. O crescimento e amadurecimento na fé, a dinâmica no apostolado, a consciência de ser Igreja por parte de cada e de todos os batizados...
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