Na comunicação social, ouvi que os conselheiros que integram o Conselho de Estado se tinham deslocado à reunião em grandes carrões, topo de gama.
Confesso que não havia reparado nesse pormenor quando vi a reportagem na televisão.
Quando as pessoas se manifestavam junto ao Palácio de Belém, muitas delas aflitas com o "apertar do cinto"; quando os jornais nos falam do descontentamento preocupante dos portugueses com a democracia; quando as sondagens apresentam percentagens enormes de portugueses descontentes com a governação; quando elevadas percentagens de concidadãos nossos não acreditam que a oposição seja alternativa credível; quando a percentagem de desemprego é escandalosa; quando as empresas estão a falir a ritmo vertiginoso; quando a emigração faz lembrar os anos sessenta, tal o seu volume; quando as manifestações cívicas revelam a sua revolta contra todos os políticos; quando a pobreza e a aflição dominam tantas vidas lusas.... eis que os políticos permacem surdos e mudos aos clamores populares e nem sequer se vislumbra sinalzinho de mudança. Agarrados aos seus privilégios, esquecem-se que o exemplo vem de cima e que em épocas de crise aguda, as pessoas são mais sensíveis aos maus exemplos.
É que à mulher de César não basta ser séria, tem de parecer séria.
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