terça-feira, 31 de maio de 2011

"Não me afastam, aproximam-me ainda mais"

Conversava há dias com uma pessoa que também lera o livro Bala Santa. Comentámos e trocámos impressões.
Ficou-me uma frase que lhe ouvi, sentindo-a emergir das profundezas da alma:
- Não são as faltas dos homens e das mulheres deste tempo ou de outros tempos que me afastam de Cristo. Pelo contrário, aproximam-me d'Ele. Remetem-me para o essencial e esse só pode ser Jesus Cristo.

3 comentários:

  1. O ser humano tem uma imaginação muito fértil. Deus deu-nos esse poder de criar, inventar e imaginar, tudo e mais alguma coisa.
    Esta obra de ficção "Bala Santa" (que ainda não li mas fiquei curiosa), pode ter excertos verídicos e outros inventados, tal como todas as obras que se tornam best sellers. Acredito que mesmo as obras bibliográficas também tem o seu QB de ficção....
    Eu li o livro Caim de Saramago tal como o Evangelho Segundo Jesus Cristo e também não consegui parar. Saramago tambem tinha uma visão "Distorcida" do evangelho que nos foi transmitido ao longo de gerações. A própria igreja recriminou estas obras...Mas nem por isso deixei de as ler e gostar imenso. Nem a sua obra me levou a desistir da religião católica. Como disse deus deu-nos capacidade ilimitada de usar a nossa imaginação,.....

    CAIM/EXCERTO)

    Quando o senhor, também conhecido como deus, se apercebeu de
    que a Adão e Eva, perfeitos em tudo o que apresentavam à vista,
    não lhes saía uma palavra da boca nem emitiam ao menos um
    simples som primário que fosse, teve de ficar irritado consigo
    mesmo, uma vez que não havia mais ninguém no jardim do éden a
    quem pudesse responsabilizar pela gravíssima falta, quando os
    outros animais, produtos, todos eles, tal como os dois humanos,
    do faça-se divino, uns por meio de mugidos e rugidos, outros por
    roncos, chilreios, assobios e cacarejos, desfrutavam já de voz
    própria. Num acesso de ira, surpreendente em quem tudo poderia
    ter solucionado com outro rápido fiat, correu para o casal e, um
    após outro, sem contemplações, sem meias-medidas, enfiou-lhes a
    língua pela garganta abaixo. Dos escritos em que, ao longo dos
    tempos, vieram sendo consignados um pouco ao acaso os
    acontecimentos destas remotas épocas, quer de possível
    certificação canónica futura ou fruto de imaginações apócrifas e
    irremediavelmente heréticas, não se aclara a dúvida sobre que
    língua terá sido aquela, se o músculo flexível e húmido que se
    mexe e remexe na cavidade bucal e às vezes fora dela, ou a fala,
    também chamada idioma, de que o senhor lamentavelmente se
    havia esquecido e que ignoramos qual fosse, uma vez que dela
    não ficou o menor vestígio, nem ao menos um coração gravado na
    casca de uma árvore com uma legenda sentimental, qualquer coisa
    no género amo-te, Eva. Como uma coisa, em princípio, não deveria
    ir sem a outra, é provável que um outro objectivo do violento
    empurrão dado pelo senhor às mudas línguas dos seus rebentos
    fosse pô-las em contacto com os mais profundos interiores do ser
    corporal, as chamadas incomodidades do ser, para que, no porvir,.......

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  2. A diversidade só pode enriquecer as pessoas de bem.
    Gosto muito de ler, mas Saramago não consigo. Não é por motivos ideológicos, é por razões de estilo. Não gosto, pronto.

    Muita paz.

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  3. Tal como o Senhor há muitas pessoas que não apreciam o estilo de Saramago. Foge muito á formatação correcta de escrita. Não se preocupa com a pontuação ou até com o enfase da frase. Mas tal como muitos outros criou o seu próprio estilo. Veja-se camões. Poucos entendam a mensagem, e é preciso conhecer a história do Povo português da época para se entender aquela obra poetica.
    Os livros servem para através das palavras do autor nos levar a imaginar e a viver as próprias cenas: seja em romance, em tragédia ou qualquer outro tipo...

    ler faz bem ....

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