De Paul Ricoeur retive que todo o significante encerra um significado. E com Xavier Zubiri aprendi que cada coisa-realidade contém uma coisa-sentido.
O Sp. de Braga é uma demonstração cabal da capacidade do grupo e da importância do seu líder. Este caso deve ser estudado, mormente na fase que o país está a viver.
Em dois anos, um clube apenas médio conseguiu disputar um título nacional (no ano passado) e um título europeu (este ano).
Foi capaz de se transcender e de superar os melhores.
Os factores do êxito serão vários, mas o segredo só pode estar na liderança.
Há jogadores que, ali, parecem fenomenais quando, noutros clubes, eram somente razoáveis.
O bom líder é o que acrescenta ao grupo. É o que tira partido das capacidades de cada um. É o que leva a acreditar que o resultado até pode compensar a dedicação. É o que motiva. É o que vê antes e decide cedo, fazendo as alterações no momento próprio. É o que sabe aliar o talento ao esforço.
O bom líder nunca deprime. Conta-se que determinado treinador dizia ao guarda-redes suplente que ele era o melhor da Europa. «Então - perguntava - porque é que não me põe a jogar?» Resposta: «Simplesmente porque o guarda-redes titular é o melhor do mundo!».
Domingos tem a paciência que ostenta no nome, conseguindo fazer uma equipa melhor que a soma dos seus elementos.
O técnico bracarense tem sido capaz de inverter a tendência da realidade. Sim, porque a realidade atestava que o Benfica, o Sevilha, o Liverpool ou o Dínamo de Kiev eram superiores. Mas o Braga acreditou que podia ser melhor.
O bom líder é o que consegue que o seu grupo seja melhor que ele mesmo.
E, pormenor nada despiciendo, o bom líder certifica que o dinheiro, sendo importante, não é o factor decisivo. O Braga ultrapassou clubes com orçamentos maiores.
O bom líder prova que não é o dinheiro que traz as vitórias. São as vitórias que trazem dinheiro.
Meditem no exemplo do Braga e vejam se não é de um timoneiro como Domingos (ainda por cima com) Paciência que o país precisa.
Portugal tem tudo o que o Braga mostra. Apareça alguém que saiba motivar as pessoas, gerir os recursos, apontar um rumo e não defraudar as expectativas.
Não se trata de revivalismos sebastiânicos. Um líder não é tudo. Mas é muito importante.
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