domingo, 27 de junho de 2010

Polémico e desassombrado

Leia aqui a entrevista que D. januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas e de Segurança, concede ao jornal i.
Polémico e desassombrado, D. Januário não foge nem ladeia as questões. Responde directamente, sem medo de sair fora do "politica e eclesialmente correcto". Uma linguagem nova, fresca, sem o "mofo de sacristia".
D. Januário prova que o amor profundo à Igreja não é incompatível com a liberdade de pensamento . O "amenismo" não será uma forma de desamor?
D. Januário foge aos lugares comuns de tantos responsáveis eclesiásticos, que refugiando-se num barroquismo de linguagem, procuram não se expor para que ninguém lhe caia em cima.
E dou comigo a pensar: "Que falta faz a este interior abandonado um Bispo com esta coragem!!! Que não tivesse medo de se expor e, em nome do Evangelho, fosse voz e vez destas gentes que as não têm."
Claro que o conservadorismo fundamentalista não lhe perdoa. Mas não será isso uma prova de que D. Januário está no bom caminho? Não foi o conservadorismo fundamentalista dos fariseus e afins que levou Jesus à cruz? Não foram perseguidos todos os verdadeiros profetas bíblicos?
O fundamentalismo religioso, armado em "dono de Deus", jamais aceita a novidade que belamente brota do Evangelho. Em nome Deus combate, urra, enxovalha, denigre, ostenta chamas de ódio contra quem ouse questionar as suas certezas e defender, hoje e aqui, a dignidade da pessoa humana, o mais excelente sacrário de Deus no mundo.

2 comentários:

  1. Oh Senhor Padre,

    Concordo que, muitos católicos, foram pouco carinhosos com o Bispo das Forças Armadas. Nada justifica o ataque de pessoas que se dizem católicas contra ele.

    No entanto, algumas das declarações dele não são compatíveis com a doutrina católica, sobretudo no que toca à aceitação da homossexualidade. Dizer o que ele disse não é coragem. Coragem é o contrário. Coragem é defender a doutrina da Igreja num ambiente completamente pró-homossexual que temos. É verdade que ele diz que não aceita o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo. Mas aceitar que dois homens vivam juntos também é contrário à doutrina da Igreja, expressa na Bíblia e no Catecismo.

    A mim dá-me pena que uma pessoa das responsabilidades dele (e, já agora das suas, ao subscrever as declarações dele como corajosas sem as distinguir) não defenda a verdade da felicidade na amizade com Cristo (que passa por viver como Jesus quer e a Igreja ensina). Isso confunde tanto os fiéis...

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  2. Caro visitante:
    Agradeço-lhe, Tomás, a bomdade da visita a este pobre blog e a bondade do comentário.
    Exaltei no meu post a frontalidade e a clareza de D. Januário, tendo em vista a conclusão do citado post: a necessidade que este pobre interior tem de alguém que, em nome do Evangelho, lhe empreste voz e vez.
    Não especifiquei qualquer ponto específico na entrevista do senhor Bispo. E apercebeu-se que os temas abordados são muitos e diversos. Não é só a questão dos homossexauais. São muitos outros...A mim tocaram-me - embora especialmente, como disse, não o tivesse especificado no meu post - os problemas sociais ou não fosse D. Januário um discípulo do gande D. António Ferreira Gomes.
    Repugnou-me mesmo foi o atque vil que os fundamentalistas lhe dirigiram.

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