Não é agradável pagar impostos, portagens e burocracias.
As auto-estradas custaram dinheiro, não caíram do céu aos trambolhões.
Quem as vai pagar? O contribuinte. E se não pagarmos nós, deixaremos a dívida para os filhos e netos. Será justo?
E será justo que pague as auto-estradas quem não as usa? Dirão: mas toda a gente as usa, pelo menos indirectamente, pois as mercadorias e muitos serviços de que precisamos chegam, normalmente, por auto-estrada. E mais, as portagens encarecem os produtos e será o consumidor a arcar com os aumentos. É verdade. Mas penso que haverá aqui alguma justiça. Os produtos aumentam para todos e quem usa essas vias paga a sua utilização.
Claro que se coloca outro aspecto que tem a ver com a solidariedade nacional. No litoral mais rico há paletes de auto-estradas. No interior são raras. Não deveria isentar-se de portagens o interior, em nome da solidariedade nacional? Exactamente este interior abandonado, despovoado, colocado à margem do progresso?
Eu sei que o momento é de gravíssima crise. E se em nome da nação que somos, todos tivermos que fazer mais um sacrifício, ao menos que se tenha em conta o montante a pagar nas auto-estradas do interior, que deve ser mínimo.
Não me perecem lá muito justas as reivindicações dos autarcas algarvios a favor da não portagem. Afinal o Algarve é uma das zonas do país onde o nível de vida é mais elevado. E os portugueses, que para aí vão passar férias, sentem na pele a carestia de vida.
Quando há dias o senhor Presidente da República apelou aos portugueses para gozarem as férias cá dentro, podia também ter apelado para que os principais destinos internos de férias praticassem preços compatíveis, porque muitas vezes é mais barato gozar férias no estrangeiro - e até em zonas in - do que cá dentro.
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