Quem tem responsabilidades tende a olhar o mundo através daqueles que mais gritam, que mais barulho fazem... Estar atento à realidade não é ficar-se só, nem sobretudo, naqueles que mais barafustam, que mais se fazem notar.
Ora se os grupos barulhentos são favoráveis a quem está no poder, pior ainda. Então quem manda convence-se de que tudo está bem, que o caminho a percorrer tem o apoio geral, que quem se opõe não sabe o que faz e não merece crédito. Depois, quando a vontade do povo se faz sentir através das eleições, esses dirigentes caem na real, só que já é tarde.
As eleições últimas no FCPorto são a concretização do que acabo de dizer.O barulho da claque Super Dragões, o seu estrebuchar por todos os lados no apoio e defesa de Pinto da Costa, não indicava de modo nenhum que a maioria dos associados estava com o presidente. Se juntarmos à claque aquele grupo que vivia endeusando o dirigente máximo - maioria dos comentadores portistas nas televisões, treinadores e ex-treinadores, grupo de apoio à candidatura, e mais alguns - não será difícil concluir como se criou na cabeça de Pinto da Costa a ideia de apoio popular, que se veio a revelar não ter.
Foi esta separação abismal entre a direção e os associados que Pinto da Costa não entendeu. Estou convicto que nos anos noventa do século passado se teria facilmente apercebido.
Quando não sabemos sair a tempo, é o que pode acontecer a qualquer um. Pinto da Costa sai com uma derrota humilhante nas urnas. Nem ao 20% chegou,
Não havia necessidade.
Que a lição serva para todos os que exercem algum tipo de autoridade: políticos, dirigentes de associações, autoridades religiosas, dirigentes desportivos ... Todos, todos, todos...
Nota: Há muito tempo que, neste espaço, opino que Pinto da Costa se deveria ter retirado. Algumas vezes concretizando uma data: 2011. Basta consultar este Blog.
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