terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Quero o Natal! Farto de natais!...

Há uma festa no ano que me toca, que me marca, que me diz, que me envolve e catapulta, me arrebata e me marca. É a Páscoa. É a minha Festa!
O Mistério Pascal de Cristo (Morte e Ressurreição) enche-me e preenche-me. É d'Ele, por Ele e com Ele que descubro em cada momento a ternura imensa de Deus que me salva, me enche de esperança e me seduz para o indizível.

Não se passa o mesmo com o Natal onde tudo aposta tudo em desviar a atenção do Mistério da Encarnação do Verbo Eterno de Deus.
As mil luzes de mil cores desta época não passam de folclore e de artifício que o comércio põe ao seu dispor.
Os cartões de Boas Festas, emails, powerpoints, mensagens de telemóvel, etc, situam-se num romantismo que tem pouco a ver com a realidade, por mais jogos de palavras e de imagens que se façam.
A dispersão desta época, contrastante com o silêncio meditativo das personagens da gruta de Belém. É um corre-corre corrosivo, arrasante. Corrida às roupas, às bebidas e comidas, às prendas, aos enfeites, às ceias de natal que se multiplicam como cogumelos.
Mesmo a solidariedade não cheira a autêntica, sincera. É mais uma praxe natalícia. Ou então um descargo de consciência de quem passa o ano inteiro de costas voltadas para o próximo.
Depois temos um natal sem Natal. Onde fica Jesus-Menino no meio disto tudo? Para a maioria das crianças e jovens de hoje Ele tem muito menos importância do que a prenda pela qual anseiam jubilosamente.
É por isso que esta quadra natalícia não me entusiasma. Sei que para muita gente é "o máximo". Respeito, mas não sinto assim.

2 comentários:

  1. As suas palavras, Sr. Padre Carlos, revelam uma compreensão nítida do que se passa hoje, em Portugal, com os "festejos" de Natal.
    Aproveitados e empolados tais "festejos" pelos comerciantes, para realizarem mais uns dinheiritos, o povo vai atrás da publicidade e assim se perde toda a real e verdadeira dimensão do que o NATAL encerra e nos quer anunciar.
    O Sr. Padre Carlos tem no púlpito um lugar de eleição para fazer entender às pessoas que estão a pactuar com os vendilhões do templo! Que Deus o inspire nesse combate!
    Cá por casa, esta quadra natalícia pretendemos vivê-la como sempre: procurando ter PAZ e assistir às celebrações religiosas. E tentar ajudar materialmente (tanto quanto no-lo permite a nossa pequena bolsa) algumas famílias necessitadas, que já conhecemos de anos anteriores, e dar uma palavra de conforto e de esperança a algumas pessoas que sabemos que dela estão carenciadas.
    Mas, sobretudo, queremos estar em família, como sempre, sem correrias aos "presentes"...
    O melhor presente foi-nos dado a nós: temo-lo no Coração do Menino Jesus que se entregou ao mundo para nos salvar.
    SANTO NATAL para si, Sr. Padre João. E continue com este espaço tão bonito, de convívio e de sã reflexão, alicerçado nos valores do Evangelho.
    Como dizia São Francisco: PAZ E BEM.

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  2. Evágrio Pôntico:

    Obrigado pelo comentário e pelas Boas Festas.
    Desejo-lhe a si e aos seus um Santo Natal. Que Deus-Menino enche o seu lar de paz, amor, mútuo encatamento e empenho apostólico.
    Que o Deus humanado lhes traga tudo o que de bom e belo seseja o bvosso coração.
    Vivemos num tempo em que o contacto pessoal faz muito mais do que os púlpitos. E, neste caso, os leigos estão em condições especiais de fazerem apostolado. Aliás é essa a mensagem do Concílio para os leigos.
    Todos nós, os baptizados, cada um segundo a sua especificidade, somos chamados ao apostolado.
    Abraço amigo.

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