Era domingo, esse dia 10 de agosto. Regressava a casa após a Missa mensal em Santa Helena. Reparo no telemóvel. Um número descomunal de mensagens e chamadas não atendidas. Verifiquei. A informação chegou, fulminante, arrasante, semeando em mim uma dor como nunca sentira.
Enquanto passeava pela sala como que sacudindo o sofrimento esmagante, dou comigo a rezar e a agradecer ao Pai a minha pérola de incalculável valor que foi e é a minha mãe.
Há vivências que a pobreza das palavras é incapaz de transmitir. Talvez não seja tão mau assim. Desta forma é preservado o "chão sagrado" das emoções, dos sentimentos, das recordações, dos diálogos, da intimidade.
Uma recordação eu conservo sempre. Bonita, quente, abrangente, fecunda. Minha mãe era amiga de Deus. É assim que rezo por ela diariamente. "Senhor, por bondade, acolhe a tua amiga!"
E dessa amizade simples, pura e bela com Deus, veio para a família e para as pessoas que com ela se cruzaram na vida uma postura de discrição, serviço, entrega, abnegação, altruísmo, carinho, presença.
Aquela alma franciscana, apaixonada pela natureza e pelas gentes, só poderia ter sido moldada pela mão carinhosa de Deus criador e amigo.
Mãe, que navegues no mar imenso do amor de Deus e que junto d'Ele intercedas por nós.
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