sábado, 10 de dezembro de 2016

O estrebuchar do morto!

Quando das revoltas coloniais que deram a independência a 90% do território africano, só Salazar, no seu provinciano, obscuro e maléfico orgulho, desdenhou a possibilidade de uma transição pacifica. Preferiu a luta armada e as independências das ex-colónias. Foi o que se viu! Uma fuga, desesperada para salvar a vida e alguns bens de quem lá viveu uma vida! A minha avó materna, só durou 3 meses aqui, no Continente!
Durante esse tempo, o Mundo inteiro condenou abertamente a política portuguesa, que fez o ditador proferir a triste e célebre frase do orgulhosamente sós!
O centralismo é igual! Caminha orgulhosamente só, como único nesta Europa ocidental, com as suas vaidades, manias e tiques. Caminha despudoradamente só, pensando que só ele é que existe, só ele é que manda, só ele é que sabe! Não se apercebe que o interior português vegeta numa solidão de pessoas, empregos e riqueza! Não se apercebe que a litoralização do país, condena-o á pobreza, á dependência de quem tem a riqueza bem distribuída por igual.
Não se apercebe das constantes chamadas de atenção dos parceiros europeus, que condenam veementemente esta política vampira de sugar tudo a todos!
A estupefacção da BBC, é o culminar da vergonha das gentes sem vergonha, e que para maior vergonha, 90% dessa gente nem alfacinha é! Porque uma coisa é ser-se transmontano a viver no Porto, e eu conheço bastantes, que o são e não renegam as suas raízes, bem pelo contrário, até se orgulham delas. Outra coisa é ser-se migrante em Lisboa. O complexo de inferioridade é enorme, fazendo deles mais lisboetas que o alfacinha de gema!
E quem afirma que o país é pequeno para ser regionalizado, é porque nunca foi do Porto a Bragança, de Monção a Tavira. De Vilar Formoso a Aveiro! Tanta diferença cultural, gastronómica, climática, linguística até, tanta riqueza multiétnica de um só povo, passe o paradoxo!
Maldita a hora em que mandamos a carninha toda para a capital e ficamos com as tripas!
O Portugal das regiões, impõem-se!

In "As crónicas do Felisberto Costa", aqui

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