quinta-feira, 10 de abril de 2014

O SALTO PARA O PÃO


Enquanto saltaricava de canal em canal na tentativa de encontrar algo que me interessasse, encontrei uma reportagem em que se retratava aquilo a que chamo "Fuga para o pão".
A reportagem, na parte que vi,  fixava-se em 2 pontos de partida e num de chegada. A origem das pessoas que tentavam a emigração era o Afeganistão e a África. O alvo era a França.
Muitas coisas chocantes a reportagem trazia à tona:
- Logo, a coragem dos jornalistas que se sujeitaram a peripécias várias para nos poderem oferecer o trabalho.
- A situação das pessoas que tentam a fuga para o pão, para si e seus familiares. Provêm do mundo da miséria, da guerra, da insegurança. A Europa cheira-lhes a "terra prometida", onde há pão com fartura, liberdade e paz.
- A maneira fria, calculista, oportunista, desumana com que os intermediários lidam com a situação aflitiva das pessoas, exigindo-lhes fortunas para os transportar para a Europa, fugindo depois, tanta vez, aos compromissos; maltratando, frequentemente; abandonando à sua sorte os pobres clandestinos, nos momentos em que mais precisavam...
- Os meios de transporte são de uma desumanidade gritante. Então aquele barcos fazem lembrar os "negreiros" de antigamente. Gente apinhada, quase sem alimento, pessoas amontoadas, barcos sem boias e coletes... enfim...
- Há pessoas que, para emigrar, vendem o quase nada que possuem no seu país, contraem empréstimos, recebem ajuda de familiares e amigos. Isto só para pagar aos intermediários....
- E quantos emigrantes ilegais morrem ou ficam para sempre marcados? 
- Sim, a epopeia do Êxodo continua em nossos dias, marcada pelo deserto da insensibilidade, pela calor das dívidas contraídas, pela sede de sofrimentos sem conta, pela incerteza do futuro, pelas víboras do dinheiro para quem não existem limites para enriquecer à custa de carne humana.
- Se os países ricos não vendessem armas da morte aos países pobres; se os países ricos valorizassem devidamente as matérias primas dos países pobres; se os países ricos investissem mais na formação, promoção e valorização dos países pobres, certamente seriam evitados todos estes casos desumanos ligados à emigração ilegal.
Os países ricos nem amigos são deles próprios. Centrados no seu umbigo, não vislumbram os oceanos de pobreza que afetam tantas zonas do mundo. Depois, afligem-se perante a multidão incontável de pobres que forçam as suas fronteiras...


“O tráfico de seres humanos é uma chaga, uma chaga no corpo da humanidade contemporânea, uma chaga na carne de Cristo. É um crime contra a humanidade”, declarou o Papa, perante os participantes na segunda conferência internacional ‘Combating Human Trafficking: Church and Law Enforcement in partnership’, que decorre desde quarta-feira no Vaticano.

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