O vaticanista John Allen publica um livro que resume as características mais importantes do pontificado de Francisco e seu impacto na Igreja.
A primeira questão é a de uma Igreja pobre e dos pobres. Recordando a mensagem aos jornalistas acreditados durante o conclave, em 16 de março, o autor escreve que o Papa Francisco "quer que você saiba que Cristo veio oferecer o amor e a salvação a todos, mas especialmente aos pobres".
O segundo tema é a humildade. Allen lembra que, durante o Sínodo para a Nova Evangelização, realizado em outubro de 2012, Dom Tagle, cardeal de Manila (Filipinas), sublinhou que, se a Igreja quiser reviver sua essência missionária no começo do século 21, precisará de três qualidades: humildade, simplicidade e uma grande capacidade de silêncio. Para Allen, o Papa Francisco cumpre "três dos três" requisitos mencionados por Dom Tagle, "com a humildade acima de todos".
A terceira questão é estar perto do povo. Ainda que, para o Papa Bergoglio, seja simples estar perto das pessoas, que seja parte da sua personalidade, "isso também reflete uma visão de liderança". Evangelizar significa encontrar o povo onde o povo está, ser capaz de compreendê-lo em suas dúvidas e frustrações, conhecê-lo bem, estando perto dele. Estes são bons conselhos, "não somente para o Papa, mas para qualquer um que queira levar Cristo ao mundo".
Assim, o quarto elemento, que parece ser o leitmotiv do Papa Francisco, segundo Allen, é que "nunca nos cansemos da misericórdia de Deus", assim como ele repetiu em sua primeira alocução do Ângelus.
A quinta coisa é que agora todos nós somos franciscanos. "Ao escolher o nome de Francisco, o novo Papa nos disse, essencialmente, que o que Francisco de Assis representa não é mais propriedade de uma congregação religiosa ou de uma escola do catolicismo em particular, mas que é exemplo de vida em todos os níveis, incluindo o mais alto da hierarquia."
Allen dá muita importância ao sexto ponto da lista: a fé deve ser proposta, não imposta. Recordando a bênção dada aos jornalistas em 16 de março, o autor comenta que o Papa foi um participante decisivo da abertura e do diálogo, com uma postura missionária, que abraça todos e não exclui ninguém.
O sétimo elemento é que o Papa Francisco quer que sempre levemos em consideração a realidade de que a Igreja não é uma ONG. Podemos ser bons, profissionais, piedosos, mas, "se não professamos Cristo, como o Papa disse em sua primeira Missa, em 14 de março, há algo errado; podemos chegar a ser uma ONG caridosa, mas não a Igreja, a esposa de Cristo".
A oitava mensagem que o jornalista comenta do Papa Francisco é a de nunca cair no pessimismo. Allen recorda que, em 2012, em uma entrevista ao 30 Giorni, o cardeal Bergoglio sublinhava que o fruto da esperança é a "coragem apostólica", que significa a vontade inquebrantável de transmitir a Palavra de Deus, sempre e em todo lugar.
O nono ensinamento do Papa Francisco aos católicos é o senso de humor; e o décimo: que jamais se despreze a importância da unidade. "O Papa Francisco – conclui Allen – é fruto da ordem jesuíta, que certamente formou nele a capacidade de valorizar a grande diversidade que existe dentro da Igreja Católica."
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