Depois de ter participado nas exéquias do pai de um colega, regressei a Tarouca para a celebração da Eucaristia na Igreja Paroquial.
À noite fui jantar com colegas e, nesta refeição, estiveram leigos. Conversa animada, mas serena e refletida. Mais uma vez gostei de sentir a vivência dos leigos, o seu desejo de participação corresponsável e a vontade comum de trabalhar por uma Igreja mais povo de Deus, mais espaço de comunhão, de partilha e de corresponsabilidade. Todos partilhámos e comungámos desta ideia, firme e primordial: CRISTO. A Igreja existe por causa de Cristo. Por isso a Igreja só tem que caminhar por Cristo, para Cristo e com Cristo.
Uma Igreja serenamente apaixonada por Cristo, que supera as tentações dos jogos de poder, que não aceita "jogos por debaixo da mesa", que rejeita intrigas, protagonismos, importâncias. Uma Igreja em missão, preocupada com as periferias, alegre, anunciante, testemunhante.
Uma Igreja menos preocupada com normazinhas, estatutos, burocracias, papéis, tradições. Porque lhe falta tempo para o essencial: viver, testemunhar e anunciar Jesus Cristo. Neste sentido, gostei de ouvir o que hoje disse publicamente um sacerdote: "A única palavra que importa é a Palavra de Deus."
Uma Igreja cada vez mais atenta e aberta à corresponsabilidade laical. Afinal os leigos são a maioria absoluta. Os sacerdotes e os bispos não existem para substituir, calar ou abafar os leigos. Existem para servir o povo de Deus.
Antigamente dizia-se as novidades chegavam a Portugal em passo de caracol. Muitas vezes tenho essa impressão hoje. O Papa Francisco está a chegar à Igreja portuguesa a passo de caracol. A começar na hierarquia e a terminar nos leigos.
Uma Igreja aburguesada e instalada, com um discurso clerical e abstrato, sem profecia, a "coçar para dentro", muito entretida com as suas normas, os seus grupos e movimentos, as suas estruturas, a sua organização. Mas o mundo é o caminho da Igreja!
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