O bispo de Lamego considera que a 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorre até domingo no Rio de Janeiro, é “extremamente importante” e deve motivar uma mudança de atitude.
D. António Couto sublinha à Agência ECCLESIA que a juventude é a única moda que nunca acaba e que a Igreja Católica tem de estar “preocupada” e atenta ao mundo dos jovens para “aprender” a sua linguagem e poder relacionar-se com eles.
O presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização deixa um alerta: “Quando não entendo a linguagem do meu irmão não o consigo entender”.
A JMJ pode ser uma articulação nova entre a Igreja e os jovens num momento em que a juventude “parece escorregar para outros mundos”.
A Igreja precisa de os acolher e levar a “palavra apaixonante que cativa sempre” de Jesus para criar uma “grande” e “bela fraternidade” de “filhos de Deus” porque o “imenso continente jovem” é composto por pessoas com sonhos, angústias, dificuldades.
Para D. António Couto, o tema da 28ª JMJ - “Ide e fazei discípulos de todos os povos” - é “belo” e motiva à mudança de lugar e de modo, de interesses e projetos pessoais para que exista uma partilha de mundos.
“O Papa Francisco tem falado muitas vezes que a Igreja tem de sair de si, não ficar debruçada sobre o seu umbigo, mas sair de si e ir até às periferias existenciais e até junto dos pobres, das pessoas que precisam do nosso afeto”, precisou.
O bispo de Lamego explica que é a “mudança de comportamentos” com um “coração, pés, olhos e cabeças novos”, diferentes, para haver o encontro com os irmãos.
E, é esta mudança que “tem de afetar, no bom sentido, e infetar” também os participantes portugueses e que regressem da JMJ “marcados” pelo Evangelho porque “o Evangelho é ir”: “Se nós não ganharmos paixão por Cristo e pelo seu Evangelho dificilmente conseguimos mudar a nossa vida que é a primeira coisa a mudar”.
E, neste encontro com a juventude, “que é sempre contagiante”, D. António Couto considera que a Igreja “poderá” ganhar novas “perspetivas e prospetivas” para observar o futuro com “olhos diferentes”, com os “olhos dos jovens”:
O Papa, na chegada ao Rio de Janeiro, apresentou-se despojado de bens materiais, sem ouro mas com o bem mais precioso, Jesus Cristo e esta “linguagem” de “missionário” e não de “funcionário” é comum no discurso de Francisco.
“É assim que deve ir sempre um missionário e enviado de Jesus Cristo, mais pobre que aqueles a quem é enviado, o missionário nunca deve ser mais rico, deve ser mais pobre, espiritualmente, materialmente, em todos os sentidos”, como Francisco de Assis, considera D. António Couto.
Agência ecclesia
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