Há quem chegue para ficar. É assim na vida social, afetiva, amical, familiar, política, associativa. Gente que chega de coração lavado e mente aberta. Gente que sabe que o outro também é humano, com falhas, defeitos, pecados, limitações, temperamento próprio, com sonhos e projetos, com momentos bons e menos bons.
Gente que fica porque aceita o outro e descobre nele o encanto de ser humano. Gente livre para ficar.
Há quem chegue e logo parta. Chega de mansinho ou com com estrondo. Mas parte logo. Inconstante, superficial, volátil, dado a momentos, sem estofo interior. Borboleta saltitante.
Gente que fica porque aceita o outro e descobre nele o encanto de ser humano. Gente livre para ficar.
Há quem chegue, fique um tempo e depois parta. Fica pelas primeiras impressões e/ou por outros motivos:
- por interesse (económico, social, solidão, mau momento vivencial, necessidade de desabafar, projeção na vida, segurança...)
- por ser instável. Tanto quer como não quer; tanto se entusiasma como se dececiona, tanto se endeusa como a seguir corre para o psiquiatria, tanto atinge o céu como depois cai no fundo do poço, tanto se acha o melhor como depois sente que a vida não tem sentido, tanto faz juras de amizade como desaparece. Tanto ama como despreza. Cansa-se de tudo e de todos.
- por egocentrismo. Ele é que conta e o mundo tem a dimensão do seu umbigo. Eu, eu, eu, eu, eu... O resto é paisagem que interessa ou deixa de interessar conforme acaricia ou não o ego.
"Eu e o meu projeto profissional"...
"Eu e a minha vida pessoal"...
"Eu é que sou o melhor em todo o lado por onde passo"...
"Eu é que sou a vítima"...
"Eu é que tenho razão"...
Tão egocêntrico que parece um eterno adolescente. Não tem raízes, por isso não cresce e cansa.
Não gosta de ninguém a não ser de si mesmo - se é que é capaz de gostar ao menos de si!
É um pobre diabo, digno do basismo da compaixão.
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