Há dias, um canal de televisão mostrava aos telespectadores a realidade de alguns emigrantes a viver em tendas junto à Igreja de Arroios, tendo apenas o sustento de uma refeição diária. Não encontram trabalho, só promessas de trabalho... Depois, gastos os euros que trouxeram do país natal, resta-lhes a caridade alheia.
Hoje pode ler-se no Correio da Manhã: "Nunca pensei estar a viver na rua. Tenho frio e medo. É desumano." O desabafo é de Amélia Ferreira, de 66 anos, que vive com o filho, Daniel Tato, 41, numa tenda, na praia de Matosinhos, desde setembro."
Apenas dois casos entre tantos e tantos que nos chegam a cada passo.
Ah! Isto não são casos e casinhos. São situações HUMANAS que nos deviam envergonhar como povo, como sociedade. Pelo nosso silêncio cúmplice e pela maneira apática como reagimos com os governantes.
Perante situações de animais maltratados, as pessoas reagem e manifestam-se - e bem. Perante situações de pessoas em enorme sofrimento, em deprimente carência, ninguém se junta, ninguém se manifesta, ninguém reage - e muito mal!
Mesmo quando não é inimigo do homem, muitas vezes o homem também não é amigo do homem.
Há tempos, o presidente da República, falava aos emigrantes para virem viver e trabalhar para Portugal onde seriam bem acolhidos.
Já sabemos que Marcelo fala muito e nem sempre acerta.
Vir para Portugal para viver como vivem tantos emigrantes no Alentejo? Vir para Portugal para viver na rua, numas tendas, à esperea da caridade alheia e sem trabalho?
E ser português e viver numa tenda, numa praia, com medo e frio, só porque não há rendimentos para pagar uma renda???
Não, nunca nos habituemos a estas situação degradantes! Levantemos a voz, exijamos! Partilhemos!
Que saudades de D. Manuel Martins! Donde vem esta saudade? Talvez porque os nossos bispos "metem a profecia na gaveta" e perderam o "pio" , não sendo voz nem vez de quem não tem voz nem vez!
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