segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

A VIVER EM TENDAS

Não, não se trata de campismo. Nem mesmo se trata de banhistas na praia para se abrigarem do Sol.
Há dias, um canal de televisão mostrava aos telespectadores a realidade de alguns emigrantes a viver em tendas junto à Igreja de Arroios, tendo apenas o sustento de uma refeição diária. Não encontram trabalho, só promessas de trabalho... Depois, gastos os euros que trouxeram do país natal, resta-lhes a caridade alheia.
Hoje pode ler-se no Correio da Manhã: "Nunca pensei estar a viver na rua. Tenho frio e medo. É desumano." O desabafo é de Amélia Ferreira, de 66 anos, que vive com o filho, Daniel Tato, 41, numa tenda, na praia de Matosinhos, desde setembro."
Apenas dois casos entre tantos e tantos que nos chegam a cada passo.
Ah! Isto não são casos e casinhos. São situações HUMANAS que nos deviam envergonhar  como povo, como sociedade. Pelo nosso silêncio cúmplice e pela maneira apática como reagimos com os governantes. 
Perante situações de animais maltratados, as pessoas reagem e manifestam-se - e bem. Perante situações de pessoas em enorme sofrimento, em deprimente carência, ninguém se junta, ninguém se manifesta, ninguém reage - e muito mal!
Mesmo quando não é inimigo do homem, muitas vezes o homem também não é amigo do homem.
Há tempos, o presidente da República, falava aos emigrantes para virem viver e trabalhar para Portugal onde seriam bem acolhidos.
Já sabemos que Marcelo fala muito e nem sempre acerta. 
Vir para Portugal  para viver como vivem tantos emigrantes no Alentejo? Vir para Portugal para viver na rua, numas tendas, à esperea da caridade alheia e sem trabalho?
E ser português e viver numa tenda, numa praia, com medo e frio, só porque não há rendimentos para pagar uma renda???
Não, nunca nos habituemos a estas situação degradantes! Levantemos a voz, exijamos! Partilhemos!
Que saudades de D. Manuel Martins! Donde vem esta saudade? Talvez porque os nossos bispos  "metem a profecia na gaveta" e perderam o "pio" , não sendo voz nem vez de quem não tem voz nem vez!

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