quinta-feira, 30 de maio de 2013

Alguém está seguro de que a supressão dos 4 feriados constitua um factor de incentivo à produtividade?

Hoje, dia do Corpo de Deus, não é feriado em Portugal pela primeira vez e as celebrações religiosas passam para domingo, na sequência da decisão do Governo de suspender o feriado durante cinco anos.

Este feriado deixa de existir a partir deste ano e pelo menos até 2017,  passando as festas religiosas do Corpo de Deus a ser celebradas nos domingos  seguintes, à semelhança do que já acontece em muitos países da Europa. 
Até este ano, o Corpo de Deus era um feriado nacional religioso móvel,  que se celebrava na segunda quinta-feira a seguir ao domingo de Pentecostes  (60 dias após a Páscoa). 
No entanto, em 2011, o Governo decidiu reduzir os feriados nacionais,  impondo como regra o fim de dois religiosos e dois civis, com o objetivo  de aumentar os esforços para superar a crise económica e financeira que  o país atravessa. 
No início de maio do ano passado, a República Portuguesa e a Santa Sé  chegaram então a acordo sobre a redução dos feriados religiosos e decidiram  suspender por cinco anos o feriado do Corpo de Deus e o de Todos os Santos  (1 de novembro). 
Os dois feriados civis abolidos foram o 5 de Outubro (Implantação da  República) e o 1 de Dezembro (Restauração da Independência). 
Fonte: aqui

A pergunta a que importava responder, na questão dos feriados, era esta: alguém está seguro de que a sua supressão constitua um factor de incentivo à produtividade? Atente-se que estamos a falar de quatro dias! Eu penso que um pouco de sensatez não deixa dúvidas quanto à resposta.
Não é assim que a produtividade vai aumentar. Creio que até poderá diminuir. Alguns destes feriados potenciavam uma forte actividade económica em muitos locais. E, depois, a vida também é feita de celebrações. Sem memória, não há horizontes.
Daqui a uns tempos estaremos a avaliar o efeito da redução dos feriados. Para já, valia a pena prestar atenção ao que disse Masaaki Imai, guru japonês e especialista na redução de desperdício nas empresas. Para ele, aumentar o tempo de trabalho pode levar até à queda na produtividade no trabalho. «O que interessa, diz, é usar ao máximo o tempo disponível das pessoas, trabalhar melhor e não trabalhar mais. Se formos às linhas de produção da maior parte das empresas, verificamos que, pelo menos, 10 ou até 20 a 30% das pessoas não estão envolvidas na produção de riqueza». Outra certeza do sábio: «Salários mais baixos significam menos produtividade»!
João Teixeira, in facebook

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