Estamos na Semana dos Seminários (1 a 8 de novembro). Altura também para repensarmos a nossa ideia de padre a partir da humanidade e do Evangelho.
O padre é um ser humano com tudo o que isso acarreta de luz e de sombras. O povo diz isso quando afirma: "O padre é um homem como os outros". Ama, sofre, ilude-se e desilude-se, trabalha, sente, sonha, adoece, peca, tem defeitos e virtudes, cria hábitos, é capaz de ousadias e de estagnação, envelhece, precisa de momentos a sós e de comunicar com os outros, enerva-se, acalma-se, ri, chora... Não é nenhum super-homem, nem nenhum ser angelical. É HUMANO! O Sacramento da Ordem que fez dele sacerdote não lhe destruiu a humanidade.Jesus não escolheu discípulos perfeitos. Pedro negou-o, Judas traiu-o, João e Tiago eram "filhos do trovão". No momento mais difícil da sua vida, viu-se abandonado por todos...
A todos - leigos, religiosos e padres - o Senhor lança os desafios, claros e sucintos: "Sede santos como o Pai do Céu é Santo"; "Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho"; "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei". A cada um segundo o seu modo de vida, segundo a graça recebida, segundo o caminho que o Mestre indica.
Às vezes, hierarquia e povo de Deus exigem tanto do padre como se ele fosse um super-homem angélico. Não é nem tem de ser. Penso que uma atitude mais compreensiva e misericordiosa, mais humana e realista, ajuda muito mais ao crescimento humano, sacerdotal e eclesial do sacerdote. Mãos que levantam e erguem têm muito mais poder do que mãos que empurram e esmagam.
Queremos leigos, sacerdotes e religiosos que lutam com alegria pela santidade, pelo amor, pela missão. Cabe-nos a todos, na comunhão da Igreja, ajudarmo-nos uns aos outros, no acolhimento da diversidade de caminhos.
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