Gostos não se discutem. Há quem aprecie estar na cama com a chuva a cair. Eu gosto.
Noite calma. A chuva cai com alguma intensidade, mas sem ventania. Ao pingar do telhado, esborracha-se, ruidosa, no granito das escadas ou no empedrado do chão.
Envolto na roupa quente da cama, o cair da chuva fria é cadenciada melodia que embala o meu torpor. Cá dentro, sinto o prazer da vitória e desafio-a silenciosamente: " Tu que molhas e enregelas, olha se me atinges! Aqui quentinho, imune às tuas vergastadas e ao teu abraço gélido!"
Nestas alturas, não me dá para pensar, imaginar, sonhar, sentir... Apenas me entrego à imensa satisfação que a melodia da chuva suscita. É um torpor bom...
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