sexta-feira, 10 de novembro de 2017

O CELIBATO, a propósito da Semana dos Seminários

Identificado com Cristo, que não casou, para a todos nos desposar, “o sacerdote é chamado a ser imagem viva de Jesus Cristo, Esposo da Igreja, o que lhe exige ser capaz de amar a todos, com um coração novo, grande e puro, com um autêntico esquecimento de si mesmo, com dedicação plena, contínua e fiel(São João Paulo II, PDV, n.º 22).  

É verdade que o celibato sacerdotal não é um mandato divino, nem uma prescrição apostólica. Os Apóstolos, à exceção de Paulo, casaram e o Novo Testamento dá-nos conta de bispos, presbíteros e diáconos casados. Mas também é verdade, que muito pouco tempo depois, a Igreja assume o conselho do Apóstolo Paulo (cf. 1 Cor 7,25) e reconhece que o coração indiviso, ao serviço do Reino dos Céus e pelas coisas do Senhor, é muito adequado ao exercício do ministério pastoral. É uma forma de seguir Jesus, que confere maior disponibilidade afetiva e efetiva para o serviço do Evangelho, porque preserva das justas preocupações e atenções devidas à família. Num tempo de urgência missionária, esta liberdade interior e exterior é um tesouro frágil, é verdade, mas preciso e precioso!

Além do mais, o celibato sacerdotal devia permanecer para todos como um sinal luminoso de que o cenário deste mundo é passageiro (1 Cor 7,29) e como um sinal de esperança no futuro: mesmo quando o mundo adormece indiferente à vinda do Senhor, há sempre alguém de vigia, totalmente centrado e concentrado n’Ele, para ir ao Seu encontro
  
 A crise do celibato não é menor do que a crise do matrimónio
  
Não é fácil apelar às novas gerações para a beleza da vida sacerdotal, num ambiente cultural carregado de estímulos eróticos, em que a fidelidade a um tal propósito exige um alto grau de maturidade humana! Neste tempo, em que se perdeu a dimensão do eterno e do definitivo, o celibato provocará sempre desconfiança e desconforto! Mas a solução não será a simples revogação ou adaptação às modas e modos deste tempo. Porque a crise do celibato, que é notícia até pela sua raridade, não é menor do que a crise do matrimónio, numa cultura adversa a um amor definitivo e exclusivo. Não se resolvem as dificuldades do celibato com o casamento, porque, também na relação conjugal, é alto o preço da fidelidade e permanente o risco da infidelidade. O coração humano, como órgão espiritual, precisa de cuidados intermédios, contínuos e intensivos.
Movidos pelo amor de Deus, permaneçamos vigilantes perante os riscos e atentos ao Senhor, que vem de repente ao nosso encontro e nos pede prontidão na resposta! Que não nos falte o azeite na candeia acesa da fé e da esperança, nem o vinho novo da alegria, na ânfora inesgotável do amor! Que entre os padres e os casais cristãos haja estima e ajuda recíprocas. Que as nossas famílias despertem o coração dos seus filhos para a alegria de uma resposta pronta ao Senhor. Ele vem para a todos desposar no Seu amor. Digamos “sim” e “estaremos para sempre com o Senhor(cf. 1 Ts 4,17).







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