terça-feira, 13 de setembro de 2016
Se se faz, é porque se faz; se se não faz, deveria fazer-se...
"As pessoas nunca estão contentes", ouve-se.
A insatisfação, por si mesmo, é boa, desde que seja saudável. Mas quando se torna doentia é um problema.
Estar uma pessoa insatisfeita consigo mesma, porque deveria ser melhor, mais criativa, mais participante e colaborante, é ótimo. Cada um de nós dever-se-ia sempre sentir desinstalado, nunca acomodado. Há tanto que cada um poderia melhorar em si mesmo!
Estar alguém insatisfeito com a injustiça, o compadrio, a preguiça, o ram-ram, é ótimo. Quem se acomoda com o mal é cúmplice do mal.
Há os profissionais da contestação. Para estes nada está bem, os outros é que erram. Se se faz, é porque se faz; se não se faz, é porque deveria fazer-se. Tais contestatários fazem da contestação o seu modo de vida. São uns alienados. Incapazes de qualquer compromisso com a vida e a sociedade. Vivem sob os efeitos da contestação dopante.
Há quem passe à margem de tudo. São os que afirmam: "Na minha terra não há nada". Mesmo que haja muitas e muitas propostas. Nunca aparecem, nunca estão disponíveis, nunca nada lhes agrada.
Há os "cansadiços". Aderem a uma iniciativa para ver como é. Até são capazes de apreciar. Mas cansam-se depressa. Quando se repete a mesma ação, já não aparecem. Parecem libelinhas a saltar de flor em flor. Persistência não é com eles. Mesmo quando não têm que fazer grande esforço nem gastar dinheiro. Instáveis, estão sempre à espera da novidade desde que isso não lhes acarrete compromisso.
Há os enclausurados. Os que vivem em círculo fechado. Os que vivem como a água presa dentro do tanque. Incapazes de se abrirem à fonte e aos campos. Só querem saber da sua vidinha, das suas coisas, da sua família. São associais e, neste campo, anti-humanos, porque o homem é sociável por natureza.
Há os "artistas". Os que só aparecem para o aplauso. Têm que se sentir sempre os melhores, casa contrário ficam de "monca caída". Exigem sempre a ribalta do palco e indignam-se se não aparecem manifestações de louvor e gratidão. Para estes, o mundo tem a dimensão do seu umbigo.
Há os rogados. Para alinharem nalguma coisa, precisam se ser muito rogados, de se sentirem muito importantes. Uma espécie de extraterrestres que vêm fazer o favor de se associar aos humanos.
Há os teóricos. Têm ideias para tudo e mais alguma coisa, mas é para os outros fazerem... Pôr mãos à obra, tocar nas coisas, ser efetivo, não é com eles. Mas de boas intenções está o inferno cheio.
Há gente de ação. Pessoas que mesmo com consciência dos seus limites, nunca deixam de aparecer, dar o seu contributo, felizes por poder colaborar. Estes NUNCA são demais.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.