Excesso de zelo e
gula de impostos desgraçam pequenos agricultores e destroem postos de trabalho
nas aldeias.
Para vender meia dúzia de couves, alguns quilos de
castanhas, meia dúzia de molhadas de grelos..., o pequeno agricultor, às vezes
já com idade que requeria total descanso, é obrigado a ir às Finanças
colectar-se.
Quanto a mim, são leis cujos
autores desconhecem totalmente a realidade do nosso país, no que respeita à
subsistência da maior parte dos habitantes das nossas aldeias.
Já quase despovoadas, ficarão, brevemente, totalmente
desertificadas. A quem interessa esta situação?
Não são estes idosos, porque o que tiram da terra que lhes
dá, às vezes, uns euros pretos, que prejudicam as finanças do Estado.
O que prejudicará as finanças do Estado serão aqueles que
plantam grandes florestas, pagando pelo aluguer das terras desertificadas “dez
reis de mel coado” para tirarem grandes lucros e, esses sim, fugirem aos impostos,
que ajudariam as tais finanças nacionais, mas que, com a ajuda de leis inócuas e
facilmente reinterpretadas, ajudarão, sim, os bolsos dos grandes empresários.
Pobre
agricultor, que tanto suou, a ponto de ficar com o rosto tisnado, vê agora, nos
últimos tempos da sua vida, os “ladrões credenciados” entrar-lhe nos bolsos e
levar-lhe os últimos cêntimos que consegue amealhar, quando os dos bolsos
cheios continuam a poder desperdiçar, porque o “seu” lá lhe vai ter.
Será isto conhecer Portugal, as suas terras e as suas gentes?
In Sempre Jovem
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